Com a proposta de impulsionar a pesquisa científica no âmbito da comunicação com um viés mais humano e igualitário, professora, graduandos e mestrandos do Departamento de Comunicação Social (DCS), da Universidade Federal do Piauí (UFPI), lançaram na última segunda-feira (25), o Grupo de Pesquisa "Jornalismo, Inovação e Igualdade: estudos sobre a contribuição dos dispositivos móveis para a construção de um webjornalismo mais inovador e menos desigual (JOII-UFPI)". Vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Comunicação (PPGCOM), a proposta do Grupo é ampliar a relação desse tripé e, dessa forma, desenvolver essa importante discussão para além dos aspectos meramente tecnológicos.
A Profa. Dra. Juliana Teixeira é líder do JOII-UFPI e explica que a integração dos três conceitos é pertinente no sentido de pensar a tecnologia dentro de uma esfera que não seja somente técnica, mas que também traga estudos na área de igualdade. "Por isso não adotamos no título do grupo a ideia de tecnologia. Colocamos inovação porque consideramos que ela ultrapassa os aspectos tecnológicos, podendo trazer uma associação mais social para, por exemplo, nosso foco que são os dispositivos móveis, a mobilidade que a gente vem tendo a partir dos celulares ultimamente. Buscamos essa integração não só entre os conceitos, mas também entre os membros, em que temos mestrandos, graduandos e pessoal graduado, que ainda não entrou no mestrado", conta a líder.
Ela ainda reforça que unir diferentes níveis de formação é imprescindível para dialogar em uma relação de igualdade. "Dentro disso, também temos projetos futuros em que pensamos trazer essas comunidades sobre as quais falamos e estudamos, para dar voz a elas. Para que possam falar por si também. Por muitos anos, a universidade se fechou nos próprios muros e, talvez, nesse momento de pandemia, estejamos vendo a importância de sair dos muros da universidade para atingir o publico em geral com a ciência que vem sendo produzida no âmbito acadêmico", pontua a professora Juliana.
Na UFPI, o JOII surge como o pioneiro no quesito de promoção de discussões profundas e específicas sobre inovação e igualdade dentro do aspecto jornalístico. O jornalista e mestrando do PPGCOM, Luan Matheus Santana, também é membro do Grupo e compartilha que suas expectativas são favoráveis, tanto na questão da produção acadêmica quanto nos futuros debates. "O JOII vem com a proposta de discutir três questões específicas, mas que ao mesmo tempo são muito amplas, que é o jornalismo, inovação e igualdade. Se formos refletir, são três conceitos específicos, mas que dentro de cada um há uma diversidade e pluralidade muito grande de temáticas, abordagens", reconhece o mestrando.
Grupo reforça que produção científica tem que alcançar toda a comunidade
O mestrando Luan ainda destaca que a inovação e igualdade são dois aspectos importantes para o atual contexto em que vivemos. "Temos visto diversos ataques a direitos humanos fundamentais, violações rotineiras, que infelizmente são colocadas cada vez mais como algo natural, tanto jurídica quanto socialmente. Falar sobre isso dentro de um cenário que torna os desiguais ainda mais desiguais e as comunidades vulneráveis ainda mais à margem da sociedade, é refletir qual o papel da comunicação dentro desse processo. É uma busca por igualdade não apenas do ponto de vista puro e simples do termo, mas sim de uma igualdade que seja praticada. Nossa proposta é contribuir para esse debate e, assim, avançar para uma sociedade mais justa, igualitária e socialmente referenciada com qualidade de produção", ressalta.
Ana Karolina de Carvalho, graduanda do curso de Comunicação Social, é integrante do Grupo e reforça a necessidade de construir um arcabouço científico que agregue toda a comunidade a essa discussão. "Como produtores de ciência, que possamos trazer para a sociedade esses debates sobre direitos humanos, desigualdade de gênero, racial e sexual, por exemplo, porque vemos diariamente uma banalização ou até mesmo diminuição dessas lutas. Estamos aqui para impulsionar as ideias de igualdade e inovação e para sermos resistência, já que nascemos na resistência e esperança. Sinto-me completamente abraçada e acolhida tanto pela ideia quanto pela forma de produzir ciência, já que acredito que vamos conseguir democratizar o acesso a ela. A comunidade precisa sentir que nossa produção na academia é para ela também", finaliza a aluna.
O JOII-UFPI é composto pela Profa. Dra. Juliana Teixeira (líder), pelos alunos Ana Karolina de Carvalho (graduanda), Luze Silva (graduando), Nayara Venâncio (graduanda), Luan Matheus Santana (mestrando), Vinícius Brito (mestrando) e Maura Vitória Carvalho (jornalista e aluna especial do mestrado). Para mais informações acesse o site www.joiifupi.com.br e o instagram @joii.ufpi