A adolescente Lilian Franciele Moraes da Silva, 14 anos, disse que ficou surpresa ao saber que estava grávida de três meninas, em Foz do Iguaçu (PR), e informou que a gestação não foi planejada. "Estourou a camisinha e eu tinha parado de tomar anticoncepcional. O medicamento estava me fazendo mal e eu tinha parado por um tempo."
Ela deu à luz trigêmeas no Hospital Ministro Costa Cavalcanti, nesta terça-feira (20), após uma cirurgia cesariana no sétimo mês de gestação. Os bebês nasceram com 1,220 kg, 990 gramas e 1,045 kg. Por serem prematuras, as crianças estão na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal, mas todas passam bem.
Coincidência familiar
"Logo que fiz os exames para confirmar a gravidez, corri e contei para minha mãe, pois ela ficou grávida de mim com a mesma idade que tenho hoje. Minha avó também ficou grávida da minha tia com 14 anos também. Minha bisavó também teve a primeira filha com a mesma idade", disse Lilian.
Apesar da coincidência familiar, Lilian planeja evitar que as filhas sigam o mesmo caminho. "A minha gravidez não foi planejada e vou fazer de tudo para que minhas filhas não fiquem grávidas da mesma maneira, antes de terminarem os estudos", disse a mãe das trigêmeas.
Sonhos adiados
Segundo informações da maternidade, Melissa, Micaela e Mirela devem ficar internadas até completar pelo menos dois quilos cada uma. A avó das crianças, Rosângela Moreaes da Silva, 28 anos, disse que abandonou o trabalho de doméstica desde que soube da gravidez da filha. "Eu sofri quando fiquei grávida dela, cedo demais, mas acho que o sofrimento de minha filha vai ser muito maior, afinal de contas, são três filhas para cuidar."
Lilian parou de estudar na 7ª série do ensino fundamental, mas disse que pretende ser advogada. "Quero terminar meus estudos, mas acho que vai difícil". A mãe dela, Rosângela, parou os estudos na 5ª série. "Queria ser secretária, mas não consegui por falta de estudo. Não queria o mesmo para minha filha."
Sem berço e pouco leite materno
Lilian disse que só tem um berço para acomodar as três filhas. "Quando elas receberam alta, não sei onde vou colocá-las. Não vai dar para deixar as três no mesmo berço. Acho que vou ter de deixá-las na cama."
Ela afirmou ainda que, segundo informações do hospital, terá leite materno para alimentar as trigêmeas por cerca de três meses. "A partir daí, não sei como vou fazer, pois terei de comprar leite em pó. Com minha mãe sem emprego, não sei como faremos."