É difícil encontrar algum adolescente que nunca tenha ligado a televisão escondido para assistir a filmes pornôs. O hábito é normalmente uma saudável descoberta sobre a sexualidade, mas em casos raros pode se tornar algo realmente perigoso. Foi assim com Rebecca: a jovem australiana, que prefere informar apenas seu primeiro nome, é viciada em pornô desde os 8 anos. Para muitos jovens, essa pode ser uma ideia divertida, um pretexto para uma piada e até um “vício bom”. Mas sabe o que aconteceu com Rebecca?
Diferentemente do que pode parecer, o vício não foi inofensivo para ela. O que começou como um gosto natural, foi se tornando progressivamente mais perigoso. E tudo se alterou para sempre no dia em que Rebecca viu um filme em que uma menina era raptada e abusada de forma violenta. O filme atingiu profundamente a jovem australiana, que, quase sem saber por quê, começou procurando uma e outra vez aquela “estranha sensação“.
Lentamente, ela foi se acostumando à ideia de que a mulher deve ter o papel submisso em um relacionamento sexual e, ao mesmo tempo que continuava assistindo filmes o dia inteiro (“eu sentia que não conseguia parar“), foi transportando a realidade que observava para os seus próprios relacionamentos, principalmente a partir da adolescência. Aos 16 anos, ela começou a sentir que estava perdendo o controle.
“Meus relacionamentos foram sendo muito mais violentos e eram centrados no sexo. Isso geralmente envolvia que eu estivesse em um papel submisso, como eu havia visto nos filmes“, conta ela, que relata ter sido abusada por diversos parceiros. “Eu apenas gostaria de ter uma relação respeitosa e igualitária. E uma vida em que eu me sinta bem comigo e com minha sexualidade“, diz.