A técnica de enfermagem Luana Balestrero Borges, de 25 anos, morreu durante cirurgia de lipoaspiração, nesta segunda-feira (12), em Vitória. O G1 ligou para o Hospital Santa Paula, onde a cirurgia foi realizada, mas recebeu a informação de que o diretor não estava no momento e que o hospital ia se pronunciar ao longo do dia.
Segundo o namorado de Luana, Adilson Júnior, a causa da morte não foi informada na certidão de óbito. "O Instituto Médico Legal deu autorização para enterrar o corpo, mas retirou alguns órgãos para análise e disse que o resultado pode demorar até dois meses para ficar pronto", disse.
Adilson afirma que acompanhou Luana em todos os exames e foi com ela ao hospital no dia da cirurgia. Segundo ele, os dois chegaram ao hospital às 6h e a cirurgia estava marcada para começar às 7h."O médico disse que a cirurgia ia demorar cerca de duas horas e meia. Por volta de 9h30, o médico me disse que ela tinha morrido. Ele falou que achava que no final da cirurgia um pedacinho de gordura pode ter entrado em uma artéria e causado embolia", conta.
A família de Luana estava muito abalada com o ocorrido. O pai dela, Carlos Borges, afirma que tentou convencer a filha a não fazer a cirurgia."No sábado, ela veio à minha casa e disse que estava alegre porque a cirurgia estava marcada para segunda-feira. Ela queria fazer, porque achava que ia ficar com o corpo mais bonito. Falei para ela não fazer, que a gente vê na imprensa que essas meninas fazem e muitas vezes, quando não morrem, ficam mutiladas. Eu falava que ela não precisava de cirurgia, mas ela queria fazer", conta o pai.
Luana enviou uma mensagem para o celular do ex-marido Leomar Ferrani, com quem viveu por dois anos. Ela dizia estar preocupada. ?Estou me internando agora, cirurgia complicada. Ora por mim. Caso aconteça algo, cuida bem da Rebeca. Obrigado por tudo. Beijo, Luana?, dizia a mensagem. Rebeca era a cadela do casa, que ficou com Leomar.
Ele diz que Luana já vinha sofrendo com outro problema de saúde. ?Ela me mostrou um raio-x de um problema no útero que, segundo o médico dela, já estava agravado a mais de um ano. Estava uma ferida muito grande e precisaria fazer uma raspagem para fazer uma biópsia e saber o problema dela. Ela disse que sentia muitas dores e quase não conseguia andar?, contou.
O Conselho Regional de Medicina (CRM) informou que vai abrir sindicância para apurar o que aconteceu. Será apurada a conduta do médico e do hospital. O prazo para a apuração é de 60 dias, podendo ser prorrogado.