Uma jovem de 22 anos fez um vídeo (veja acima) em que denuncia ter sido vítima de preconceito em uma entrevista de emprego para uma vaga da Rede de Lojas Centauro, em São Paulo. Francyeli Almeida chegou a gravar a funcionária de Recursos Humanos contratada pela companhia para realizar o processo seletivo assumindo que o fato de ela estar acima do peso fazia com que ela não se encaixasse no perfil da vaga.
?Você foi muito bem, mas não tem o perfil que a empresa busca. Por serem do ramo de roupas esportivas, eles buscam alguém com um perfil mais atlético?, alega a funcionária na gravação. Ela afirma, ainda, "que os trabalhadores da companhia utilizam uniformes" e que não teriam o tamanho da jovem.
?Fiquei indignada e resolvi fazer o vídeo, me expor, para que mais pessoas não precisem passar pelo constrangimento que eu e outras pessoas ? segundo ela, entre os reprovados em uma dinâmica de grupo estavam mais duas meninas acima do peso ? passamos?.
Segundo o advogado Eduardo Carvalho, especialista em relações do trabalho, a jovem foi vítima de discriminação e pode entrar na Justiça para pedir danos morais. ?A legislação brasileira afirma que o fatos estético não pode ser determinante na hora da contratação?, explica.
Francyelli afirma que, após a divulgação da gravação nas redes sociais (o vídeo postado no YouTube teve, em quatro dias, mais de cinco mil visualizações), a empresa entrou em contato com ela por telefone para se retratar. ?Eles me ligaram, pediram desculpas, esclareceram que a funcionária é contratada por uma empresa terceirizada e que depois deste caso fariam uma reunião para tomar as devidas providências daqui para a frente?.
De acordo com Carvalho, a retratação pode amenizar a culpa da empresa juridicamente. ?A atitude diminui os danos causados à vítima?, diz.
Para a candidata à vaga, o objetivo de se expor publicamente e contar o preconceito sofrido é fazer com que a Centauro mude o pensamento na hora de contratar. ?Só quero que, a partir de agora, eles julguem as pessoas pelas suas capacidades, apenas".
Em nota, a empresa diz que repudia o preconceito e ressalta que possui funcionários que usam uniformes GG. Além disso, confirmou que entrou em contato com a moça para se desculpar.