A estudante Alana Grielle de Oliveira, 22 anos, que aplicou uma ovada no deputado federal Jair Bolsonaro (PSC) na última quinta-feira, durante uma visita dele a Ribeirão Preto, em São Paulo, negou ter premeditado o ato. Mas, confirmou que os amigos dela que estavam no local, no momento do protesto, carregavam outros ovos.
Alana e o namorado foram levados ao plantão da Polícia Civil onde um boletim de ocorrência contra eles pelo crime de injúria .
.“A gente viu a movimentação, logo soube que se tratava do Bolsonaro, rapidamente se mobilizou, conseguiu os ovos em um mercadinho ali perto e distribuiu. Assim, ficou de avaliar se ia, ou não, fazer isso. Aí teve o momento em que cheguei perto dele e falei ‘ah, homofóbico’, e não joguei o ovo, foi no peito nele, mas não foi arremessado”, disse.
A estudante que é natural de Palmas (TO) disse morar em Ribeiro com o namorado há dois anos onde faz curso preparatório para o vestibular. Ela é filiada ao PC do B e tentou disputar as eleições de 2016 para o cargo de vereadora, mas teve a candidatura indeferida pela Justiça Eleitoral. Ela também é integrante da União da Juventude Socialista (UJS).
“Não foi nada premeditado. Acho que o que mais motivou a fazer isso, foi que eu entendo muito que o Bolsonaro representa tudo aquilo que a gente quer combater, que é o machismo, que é um cara extremamente homofóbico, que limita. A política dele é diretamente contra as minorias”, disse a estudante.
Bolsonaro foi atingido na altura do peito pela estudante quando ele decidiu entrar em uma cefeteria.
“Ele mereceria muito mais. Ele merece ser escrachado em todo e qualquer canto que vá falar qualquer besteira nesse país. Não me arrependo de forma nenhuma. Claro que os comentários me entristecem muito, mas, assim como tem gente me xingando muito nas redes sociais, tem muita gente me dando apoio”, disse Alana.
Em depoimento na delegacia, o deputado Jair Bolsonaro confirmou que foi atingido pela ovada. Ele entregou à Polícia Civil imagens do protesto gravadas por seus assessores.
“Intolerância. Aí fiquei sabendo agora que a jovem é filiada ao PC do B. Isso não é manifestação, isso é intolerância, me acusam do que eles são o tempo todo. Nós temos imagens de tudo, deixamos na delegacia”, afirmou o deputado.