Dentre as diversas angústias que a jovem trans Luiza Valentim, de 27 anos, atravessou quando entendeu que era uma mulher trans, uma das mais intensas e transformadoras foi descobrir, durante seu processo de transição de gênero, que, ;or conta do tratamento hormonal, ficaria estéril, e se ver diante de sua enorme vontade de ter um filho – da certeza que tinha de que queria ser mãe.
Como contou em reportagem, Luiza então decidiu propor a sua melhor amiga, Graziele – com quem na época ela dividia uma casa – que mudassem de vez, juntas, a vida uma da outra: ela propus que sua melhor amiga tivesse um filho com ela. Segundo Luiza, Graziele não hesitou, e topou na hora.
Ela conversaram com ambas as famílias, que ofereceram todo apoio à decisão. Luiza ainda não estava operada, então a concepção da criança foi feita da forma tradicional. Nove meses depois, de parto normal, nascia Hael.
Enquanto Graziele amamentava, elas compartilharam a criação do menino. Um ano depois de seu nascimento, Grazi teve de ir trabalhar em Belo Horizonte, e vai visitar Luiza e Hael nos finais de semana. E desde cedo elas começam a explicar para o menino a formação familiar não tradicional, a fim de que ele esteja pronto para o dia em que isso venha a afeta-lo de alguma forma.
Segundo Grazi, ter um filho com a melhor amiga é garantia de uma real parceria – que permitiu a ela voltar a trabalhar, por exemplo. Hoje Luiza já concluiu sua transição, e elas agora dividem a maravilha da criação, com todo amor e carinho, oferecendo para Hael dois corações de mãe.