Jovens inovam no trote universitário na Universidade Federal do Piauí

Jovens inovam no trote universitário na Universidade Federal do Piauí

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O início das primeiras semanas do curso de graduação são marcadas pelos já conhecidos trotes universitários. Durante o trote, os veteranos, como são chamados os mais experientes do curso, presenteiam os calouros (recém- chegados) com tintas e farinha em todo o corpo. Entretanto, essa prática aos poucos está mudando, uma delas inovadora, organizada pelos alunos do curso Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Piauí (UFPI). Os universitários promoveram durante a quinta (12) e sexta-feira (13), uma intervenção urbana no local conhecido como Praça do Mercado, no Dirceu II, zona sudeste de Teresina.

Matheus Alves, um dos organizadores, conta que o trote sempre era realizado em lugares fechados ou alguma instituição beneficente. "Para 2015, a ideia veio do interesse em aplicar os conhecimentos que já temos dentro da universidade e com contexto mais prático e social. Por isso, resolvemos usar o espaço público na praça e reformar para a comunidade, até porque a praça é coletiva e pública", explica. Os universitários explicam que a intervenção não é somente pelo melhoramento do aspecto da praça, é também chamar atenção dos moradores em volta que também podem fazer e usufruir da mesma.

"Procuramos uma praça que tivesse sentimento de comunidade em volta, pois existem muitas onde as pessoas que moram em volta, não a usam. Aqui tem uma escola, mercado e posto de saúde, então já tem um público para essa praça, mesmo que fiquem somente o tempo de entrar na escola ou no posto, eles ficam aqui", afirma a estudante Tálila Fonseca do curso de Arquitetura e Urbanismo e organizadora da intervenção.

Além disso, ao chegar à praça, os universitários perceberam que os cidadãos perderam relativamente a ligação do espaço, que também seriam delas. "Eles já recebem tudo padronizado. Os bancos são da mesma cor, os lugares são divididos de uma forma mais pensada. Então ajudando a construir com eles, pode gerar a preservação", afirma Matheus Alves. Os estudantes confirmam que um dos objetivos é também integrar os novos alunos dentro do curso e gerando familiaridade. "Trouxemos os calouros de metrô, onde dois professores discutiram sobre o uso das praças e a questão do uso e desuso delas, pois Teresina tem muitas e achamos que elas estão esquecidas", relata outra estudante.

Em seguida, os calouros relatam que a intervenção aconteceria de forma amena, através de pinturas e reforma, mas não contavam com elemento surpresa. "No momento que foram até as casas chamar a população, eles perceberam que o interesse era encher a praça de pessoas", conta Talila Távora. E eles confirmam como algo inédito e prazeroso. "É algo que não vemos em outros cursos e por isso torna-se tão especial. O que nós estamos fazendo é uma intervenção urbana, como se já estivéssemos praticando a arquitetura desde a primeira semana. Arquitetura é isso, construímos algo para trazer pessoas", conta animada a caloura Ana Júlia Fonseca.


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