Jovens ofendem funcionário de lanchonete com comentários racistas

Especialistas afirmam que elas podem responder criminalmente por injúria racial

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Um vídeo que mostra duas jovens xingando um funcionário da rede de fast food Bob's causou indignação em internautas na manhã desta terça-feira. Os atos racistas das duas que, segundo relatos, teria acontecido no Lote XV, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, viralizou nas redes sociais.

Durante o vídeo, a dupla ri e debocha do homem enquanto ele realiza a limpeza da lanchonete. "Limpa o chão f**ido, lambe o chão, limpa babacão", repetem as duas. Em outro momento, já em casa, uma das jovens conta o episódio aos risos e diz que o funcionário era um "bofe feio, preto e horroroso".

O ato foi um dos assuntos mais comentados do Twitter, por meio da hashtag #FogoNosRacistas. Após a repercussão, uma mulher, que seria prima da vítima, publicou em seu perfil que ele segue trabalhando no estabelecimento e que as medidas cabíveis serão tomadas. 

Por meio de nota, o restaurante disse que "repudia qualquer tipo de discriminação ou assédio e lamenta que cenas como essa, até hoje, ainda sejam vistas nas relações entre pessoas. O funcionário segue trabalhando normalmente na empresa, sendo inverídicas as declarações de desligamento dele. Para preservar sua privacidade, o Bob’s não divulga o local do ocorrido, mas está à disposição para qualquer esclarecimento na apuração dos fatos."

De acordo com Fernanda Freixinho, professora de Direito Penal e Processo Penal da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, o vídeo configura crime de injúria racial, previsto no artigo artigo 140, parágrafo 3º do Código Penal.

"As expressões utilizadas pela autora ofendem a uma pessoa determinada, na sua dignidade e decoro, utilizando elementos referentes à raça e cor. O crime é de ação penal pública condicionada, o que significa que o ofendido deve manifestar seu desejo de ver o autor processado criminalmente", explica Fernanda.

A professora ainda explica que não constitui crime de racismo, já que para isso "deve ser praticado contra um grupo de pessoas indeterminadas em razão da sua raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional."

As autoras do vídeo seriam universitárias e excluíram as contas nas redes sociais. A Polícia Militar não possui informações sobre o episódio do vídeo.

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