O juiz Renato Borelli, da 15ª Vara Federal de Brasília, tem recebido "centenas de ameaças" após determinar a prisão do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro. A informação foi confirmada nesta quinta-feira (23) pela assessoria de imprensa da Justiça Federal no Distrito Federal.
O tribunal informou que o magistrado tem recebido ataques de "grupos de apoio" a Ribeiro. "Os pedidos de investigação já foram encaminhados para a PF [Polícia Federal]", afirma a assessoria da Corte.
Preso pela PF na quarta-feira (22), Milton Ribeiro é investigado por participação em um suposto esquema de liberação de verbas do Ministério da Educação, com lobby de pastores evangélicos. Ao todo, agentes da Polícia Federal cumpriram cinco mandados de prisão e 13 de busca e apreensão.
A defesa do ex-ministro nega qualquer irregularidade no comando da pasta e diz que a prisão é "injusta e incabível". Os advogados apresentaram um pedido de habeas corpus ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) pedindo a liberdade dele.
Audiência nesta quinta
O ex-ministro passou a noite carceragem da Polícia Federal em São Paulo e, nesta quinta-feira, deve passar por audiência de custódia da Justiça Federal em Brasília por videoconferência. Segundo o tribunal, a audiência está marcada para as 14h.
Além de Milton Ribeiro, devem ser ouvidos Helder Bartolomeu, Luciano de Freitas Musse, o pastor Gilmar Santos – que estão presos em Brasília – e, também por vídeoconferência, o pastor Arilton Moura, que está preso no Pará.
Apesar da determinação da 15ª Vara Federal para a imediata transferência do ex-ministro para a capital federal, a PF argumentou que não tinha logística pra fazer isso na quarta nem quinta-feira a tempo de Milton chegar no horário marcado para a audiência.