O deputado estadual Durval Ângelo (PT), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia de Minas Gerais, disse nesta sexta-feira (17) que a juíza Maria José Starling, da comarca de Esmeraldas (MG), esteve por mais de uma vez com o goleiro Bruno Souza no presídio Nelson Hungria, em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte. Os encontros teriam acontecido à noite na unidade prisional.
A magistrada e o advogado Robson Melo são acusados pela dentista carioca Ingrid Oliveira, que se diz noiva do jogador, de tentativa de extorsão de R$ 1,5 milhão com a promessa de liberar o atleta, que é réu em processo sobre o sumiço da ex-amante Eliza Samudio. Tanto a juíza, por intermédio de seu advogado, quanto Melo negam as acusações.
?Uma juíza, ao fazer isso, está claramente ferindo a lei orgânica da magistratura ao interferir em ato processual que não é da sua competência?, disse. O caso do sumiço de Eliza Samudio foi analisado no fórum de Contagem (MG). A juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues pronunciou Bruno e mais sete a júri popular, ainda sem data definida.
O advogado Getúlio Barbosa de Queiroz, que representa a juíza, negou que ela tenha ido à unidade prisional. ?É uma falácia desse deputado. Ele está tentando uma retaliação contra a juíza porque ele perdeu uma ação para ela por danos morais. Ela jamais fez isso (visitas a Bruno). Ela não se torce por dinheiro. E, por fim, o caso não é dela?, afirmou Queiroz, que pretende processar o deputado.
Procurada pela reportagem do UOL Notícias, a Secretaria de Estado de Defesa Social de Minas Gerais (Seds) informou que a afirmação do deputado não procede. Segundo a assessoria de imprensa do órgão, parlamentares e magistrados têm livre acesso às unidades prisionais sob sua responsabilidade, mas precisam fazer um cadastro para ter a entrada franqueada às dependências dos locais.