Neste mês acontece em todo o país a campanha Junho Violeta voltada à conscientização do ceratocone. De acordo com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), uma a cada 2 mil pessoas no Brasil sofre com a doença.
O ceratocone é uma doença degenerativa que afeta a córnea, que passa a ter um formato irregular e mais fina. Hábitos como coçar ou esfregar os olhos de maneira frequente são fatores de risco para a doença, principalmente em casos recorrentes na família.
“Os sintomas são dificuldade para enxergar e sensibilidade a luz. Além disso, pacientes com a doença tem alterações frequentes no grau dos óculos, normalmente dos graus de astigmatismo e miopia”, explica o oftalmologista Artur Pereira Filho.
A doença costuma iniciar em jovens na faixa etária entre 13 a 18 anos com a tendência a se estabilizar por volta dos 30 anos. “O surgimento é comum na puberdade sendo a progressão variável dependendo de cada caso e de fatores externos, explica o especialista.
Ceratocone não tem cura, porém se diagnosticada precocemente existe tratamento. “Em estágio inicial o indicado é o uso de óculos ou lentes de contato para correção da visão. Nos casos moderados e mais avançados pode ser necessário tratamento cirúrgico conhecido como crosslinking de colágeno. Nesse método é realizado uma aplicação de medicamento associado a raios ultravioletas que ajudam para que as fibras de colágeno da córnea se aproximem e fiquem mais fortes, diminuindo as chances de progressão da doença”, relata o profissional.
Artur Filho ainda alerta que nos casos mais avançados, ou quando surgem complicações da doença, existem outros procedimentos cirúrgicos que podem ser feitos para melhorar a qualidade de visão dos pacientes.
O Junho Violeta ressalta a importância da realização de exames periódicos para um diagnóstico precoce e início do tratamento. “Todos devem ficar atentos ao surgimento de alterações na visão, principalmente os pais de adolescentes, e procurar um oftalmologista. Além disso, evitar esfregar os olhos com frequência, para impedir o aparecimento da doença”, recomenda.
A doença também pode estar relacionada a enfermidades sistêmicas como as síndromes de Down, Turner, Ehlers-Danlos, Marfan, além de atopias, osteogênese imperfeita e prolapso da válvula mitral.