A Justiça aceitou o pedido de exumação do corpo do executivo da Yoki Marcos Matsunaga. A solicitação foi feita no final do ano passado pelos advogados de Elize Matsunaga, acusada de matar e esquartejar o empresário. A decisão foi tomada pelo juiz Adilson Paukoski Simoni, da 5ª Vara do Júri da Capital, na segunda-feira (14), mas só foi divulgada na noite desta terça-feira (15).
A defesa da ré quer saber se Marcos morreu em função do tiro na cabeça e se estava vivo ao ser esquartejado. A assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de São Paulo informou que uma nova necropsia será realizada no corpo do empresário. A perícia servirá para determinar o momento da morte da vítima.
Segundo o primeiro laudo necroscópico, assinado pelo legista Jorge Pereira de Oliveira, Marcos morreu em decorrência de traumatismo craniano, provocado pelo tiro, associado à asfixia, por ter aspirado sangue durante a decapitação, indicando que ainda respirava quando foi degolado. Esta é considerada uma qualificadora do crime, porque caracteriza "meio cruel". Elize responde por homicídio doloso (quando há intenção de matar) triplamente qualificado.
De acordo com o TJ-SP, assim que forem informados da decisão judicial, o representante do Ministério Público e os defensores da ré terão três dias para ? caso queiram ? apresentar quesitos a serem respondidos pelo perito, bem como indicar assistente técnico. Após esse prazo, o perito terá dez dias para elaborar o laudo, conforme a assessoria do tribunal.
Além do pedido de exumação do corpo de Marcos Matsunaga, a defesa de Elize também solicitou o ?desentranhamento de documentos?. Na última audiência de instrução do caso, em dezembro, o advogado Luciano Santoro explicou que o objetivo era retirar do processo depoimentos que foram ?maculados, viciados por perguntas feitas pela acusação?.
A solicitação foi negada pelo magistrado. Paukoski considerou que "não era o caso", porque se tratam de testemunhas "desimpedidas de depor".
O caso
O empresário, herdeiro da Yoki Alimentos, foi encontrado morto e esquartejado na Estrada dos Pires, numa região rural, em Cotia, na Grande São Paulo, no dia 27 de maio. O corpo foi localizado, cerca de uma semana após o desaparecimento, cortado em pedaços e colocado em sacolas plásticas.
Elize Matsunaga, mulher do empresário, confessou o crime e o esquartejamento no dia 6 de junho. De acordo com as investigações, Elize suspeitava que o marido estivesse tendo um caso e contratou um detetive particular para segui-lo. O profissional confirmou a traição.
De acordo com a versão da mulher, o marido foi morto com um tiro após uma discussão entre o casal, onde ela teria sido agredida. Para a MP, a motivação do crime não foi passional. Na avaliação do promotor José Carlos Cosenzo, Elize teria matado por dinheiro.