Justiça cancela estreia de peça inspirada no caso Isabella Nardoni

Escrito por Lucas Arantes e dirigido por Fabrício Castro, o espetáculo da companhia Os Satyros é inspirado no assassinato da menina Isabella Nardoni

Os atores Davi Tostes e Samira Lochter na peça "Edifício London", sobre o caso Isabella | André Stefano/Divulgação
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A Justiça proibiu a estreia do espetáculo "Edifício London" em São Paulo, que ocorreria neste sábado (2/3), à meia-noite, no Satyros 1, na praça Roosevelt. A informação foi divulgada pelo próprio grupo teatral.

O Satyros recebeu a decisão judicial na noite desta sexta (dia 1°/3).

Escrito por Lucas Arantes e dirigido por Fabrício Castro, o espetáculo da companhia Os Satyros é inspirado no assassinato da menina Isabella Nardoni, aos cinco anos de idade.

Ela morreu no dia 29 de março de 2008, ao ser jogada do sexto andar de um prédio, o edifício London, onde moravam o pai, Alexandre Alves Nardoni, e a madrasta da menina, Anna Carolina Trotta Jatobá. Eles foram condenados, em março de 2010, por homicídio triplamente qualificado e fraude processual (por ter alterado a cena do crime).

Em seu site, o grupo Satyros publicou uma nota informando que "em respeito à decisão proferida pelo Excelentíssimo Senhor Desembargador Dr. Fortes Barbosa, da 6ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, a estreia da peça teatral "Edifício London", escrita pelo talentoso dramaturgo Lucas Arantes e que teve como ponto de partida e inspiração as peças teatrais "Macbeth", de William Shakespeare, "Medeia", de Eurípedes, e o caso policial brasileiro que abalou o país e ficou conhecido como Caso Isabella, foi cancelada".

"Informamos que serão adotadas todas as medidas necessárias fazer valer o que prescreve o inciso IX, do artigo 5º da Constituição Federal brasileira, que diz, de forma clara e precisa, que "é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença"."

Rodolfo García Vázquez, diretor do grupo teatral, informou que não poderia se manifestar porque o processo corre em segredo de Justiça.

O texto da peça foi publicado em livro pela Editora Coruja (R$ 10, 110 págs.) em novembro do ano passado.

A peça foi exibida numa espécie de pré-estreia em Ribeirão Preto (SP), em setembro.

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