A Justiça decretou a prisão preventiva do procurador Demétrius Oliveira de Macedo, que agrediu a procuradora-geral da Prefeitura de Registro, Gabriela Samadello Monteiro de Barros.
O pedido foi apresentado na tarde desta quarta-feira (22), na 1ª Vara Criminal da cidade, pelo delegado Daniel Vaz Rocha, que está responsável pelo caso.
No pedido, o delegado apontou que o acusado “vem tendo sérios problemas de relacionamento com mulheres no ambiente de trabalho, sendo que, em liberdade, expõe a perigo a vida delas, e consequentemente, a ordem pública".
Ainda de acordo com a Polícia Civil, a investigação instaurada para apurar o caso reuniu fotos e vídeos da agressão, além de depoimento da procuradora-geral para fundamentar o pedido de prisão preventiva. A procuradora agredida deu entrevista contando o que aconteceu: 'Acho que ele é capaz de qualquer coisa', disse ela em um dos trechos
O governador Rodrigo Garcia (PSDB), que visitou Peruíbe e São Vicente, na manhã desta quarta-feira (22) comentou o caso. “A agressão do procurador de Registro a uma colega não ficará impune. A Polícia Civil acaba de pedir a prisão do agressor Demétrius Macedo. Que a Justiça faça a sua parte e puna todo e qualquer covarde que agrida uma mulher”.
Quem é Demétrius, advogado que espancou procuradora durante expediente
O advogado Demétrius Oliveira de Macedo, de 34 anos, que foi filmado espancando a procuradora-geral Gabriela Samadello Monteiro de Barros, de 39, na Prefeitura de Registro, no interior de São Paulo, antes das agressões era visto por quem o cercava como uma pessoa quieta, com perfil "antissocial", mas por vezes educada.
Formado em Direito, em 2010, pelo Centro Universitário Monte Serrat (Unimonte), hoje Universidade São Judas, em Santos, no litoral de São Paulo, Demétrius passou no exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no ano seguinte, em 2011, tornando-se apto a exercer a profissão. No mesmo ano, começou a carreira na Prefeitura de Registro.
A procuradora-geral Gabriela conta que o perfil de Demétrius mudou logo após ela ter sido promovida, em 2019. A vítima relata que os dois trabalharam juntos por quase 10 anos e, até 2018, conversavam e saiam com a equipe da procuradoria.
"De lá pra cá, segundo ela, tornou-se "antissocial". "Não conversava com a gente, não dava ‘bom dia’, não cumprimentava na rua, não era colaborativo, não se integrava no trabalho. Era praticamente impossível um trabalho em grupo com ele", relatou a vítima.
O personal trainer de uma academia que Demétrius frequentou até 2019, em Registro, preferiu não se identificar, mas contou que o procurador era um "cara de poucas palavras".
"Na academia, entrava mudo e saia calado. Às vezes, me cumprimentava, mas não lembro de vê-lo falando com outros colegas".
Ela afirma que o contato com o agressor era "superficial" e cordial. "Sempre foi muito educado . Ele costumava me cumprimentar. Às vezes falávamos sobre futebol, mas, no geral, era uma pessoa extremamente quieta".
O profissional de Educação Física, porém, se mostrou surpreso quando viu o vídeo das agressões. "Não esperava esse tipo de comportamento dele. O contato superficial que eu tinha jamais demonstrou que ele faria o que fez. Mas um cara muito quieto, muito fechado, sei lá. É muito estranho".
Prisão decretada
A Justiça decretou a prisão preventiva do procurador Demétrius Oliveira de Macedo, que agrediu a procuradora-geral da Prefeitura de Registro, Gabriela Samadello Monteiro de Barros. O pedido foi apresentado na tarde desta quarta-feira (22), na 1ª Vara Criminal da cidade, pelo delegado Daniel Vaz Rocha, que está responsável pelo caso.
No pedido, o delegado apontou que o acusado “vem tendo sérios problemas de relacionamento com mulheres no ambiente de trabalho, sendo que, em liberdade, expõe a perigo a vida delas, e consequentemente, a ordem pública".
“A agressão do procurador de Registro a uma colega não ficará impune. A Polícia Civil acaba de pedir a prisão do agressor Demétrius Macedo. Que a Justiça faça a sua parte e puna todo e qualquer covarde que agrida uma mulher”, disse o governador Rodrigo Garcia (PSDB), que visitou Peruíbe e São Vicente, ambas no litoral de São Paulo, na manhã desta quarta-feira (22).
Ainda de acordo com a Polícia Civil, a investigação instaurada para apurar o caso reuniu fotos e vídeos da agressão, além de depoimento da procuradora-geral para fundamentar o pedido de prisão preventiva.
Em liberdade
Conforme reportado pelo g1, o delegado Fernando Carvalho Gregório, também do 1º Distrito Policial (DP) do município, onde o caso é investigado, alegou que o agressor foi liberado inicialmente por "falta de flagrante". Macedo recebeu a liberação logo após a elaboração de um boletim de ocorrência (BO) no local.
Nota de repúdio
A Associação Nacional dos Procuradores Municipais (ANPM) divulgou uma nota para expressar sua solidariedade com a procuradora Gabriela Samadello Monteiro de Barros e se posicionar sobre a agressão.
"A ANPM repudia a conduta violenta perpetrada pelo servidor identificado como Demétrius Oliveira de Macedo que, conforme noticiado, tinha sua atuação funcional avaliada através de um procedimento disciplinar a cargo da vítima", complementou a associação.