Khenpo Gyaltsen realiza palestra hoje na Audi Center Teresina

Khenpo Gyaltsen nasceu em Samagaio, no Nepal.

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O monge Khenpo Gyaltsen, que realiza na noite desta quinta-feira (30), a palestra “Ensinamentos budistas para tempos dificeis”, a partir das 20h, na Audi Center Teresina, concedeu entrevista ao vivo no Agora da Rede Meio Norte, onde respondeu perguntas e curiosidades acerca do Budismo.

O que é o Budismo?

“A primeira coisa que eu queria era agradecer a você, Amadeu Campos, Liana Aragão e as pessoas que estão nos ouvindo. Muito obrigado pela oportunidade de eu estar aqui hoje. Dentro do Budismo existem vários seguimentos, categorias que estão do lado religioso, das ciências e da filosofia. Não é uma coisa normal, mas um agregado de todas essas coisas com essas características distintas”, afirmou.

Como o Budismo pode nos ajudar no mundo de hoje que é conturbado, onde recebemos os impulsos, mensagens e por ocupar a mente com muitas coisas e a partir disso surgem muitas doenças, como, por exemplo, a depressão, transtornos psicológicos. Então...O Budismo tem resposta para essa ansiedade da vida moderna?

“Minha experiencia própria, as práticas budistas que o Buda ensinou é que é possível se livrar da depressão, da ansiedade e por que? Porque o que acusa depressão e ansiedade é o processo mental, o volume de pensamentos que estão acontecendo na nossa mente e nós não temos controle. Então a prática através de reduzir os pensamentos negativos e a quantidade de pensamentos faz com que a gente se livre desse estado de depressão, de ansiedade contínua”, explicou.

O Monge explica como funciona o processo de meditação

“Na verdade nós precisamos entender como é que funciona o processo mental, porque o volume de pensamentos gera emoções negativas que não são uteis para nada, então entender o processo da criação do pensamento e reduzir essa quantidade de pensamento, através desse método, é chamado de meditação”, acrescenta.

Quem deseja praticar o Budismo tem que se livrar das redes sociais, como, por exemplo, Instagram, Facebook e WhastApp?

“As mídias sociais, o Facebook e o Instagram, eles são só condições e sempre depende da forma como você utiliza essas condições, porque a tecnologia, se você souber usar, você pode ter muitos benefícios dela. Mas também se você não souber usar, pode muito bem se atrapalhar, atrasar sua vida. Então sempre depende de quem está utilizando aquela condição”, disse.

O Budismo também atrapalha os hábitos, o jeito de comer, tempo de trabalho e espaço para meditação. Então...Existe uma 'receita' ou isso é individualizado?

“Existem ensinamentos do Buda com horários para acordar e comer, mas a meditação deve ser cultivada ao máximo na vida porque não existe limite. O principio de se cultivar a meditação é ganhar a felicidade, e quanto mais você cultiva, mais você ganha felicidade. Por isso, não não há horário para se meditar”, explica.

Qual a relação do Budismo com o dinheiro?

“Então...Não existe um relacionamento claro entre Budismo e dinheiro, porque a ideia do Budismo é você ter a capacidade de transformar sua mente. Caro, a gente precisa do minimo financeiro para ter um vida boa, uma vida confortável. Mas muito dinheiro não é uma garantia de felicidade, de uma vida feliz. A gente já conhece isso na realidade e que a felicidade interna, ela está além do conforto físico. Então se você cultiva a felicidade na sua mente, você pode ter uma vida muito mais feliz do que quem tem recursos externos como o dinheiro”, disse.

É possível ser católico e budista ao mesmo tempo? É possível ser evangélico e budista? Ateu e budista?

“No aspecto religioso, primeiramente nós temos muito respeito pelos cristãos, pelos Indu e por todas as religiões. A religião ensina primeiro disciplina, ensina sobre o amor, compaixão...Então nós temos muito respeito por todas as religiões. Mas para integrar Budismo com Cristianismo é um pouco complicado, porque nós temos visões diferentes. Então o Budismo acredita na interdependência dos fenômenos, e isso faz com que não exista a possibilidade de um único criador, e no Cristianismo, no aspecto religioso, existe o criador e para a gente não existe. Então em nível de você integrar as religiões, é um pouco complicado por conta da visão. Mas isso não tira a oportunidade de nós aprendermos com o Cristianismo e o Cristianismo aprender com o Budismo e a gente conviver de maneira respeitosa e aprender um com o outro”, finalizou.

Pela primeira vez em Teresina, o monge Khenpo Gyaltsen, realiza na noite desta quinta-feira (30), a palestra “Ensinamentos budistas para tempos dificeis”, a partir das 20h, na Audi Center Teresina. Perguntas como: Budismo é uma religião, filosofia ou psicologia? O que significa felicidade e como cultivá-la? O que significa sofrimento no budismo e como se livrar ? Qual uma técnica simples para desacelerar minha mente e o que significa carma, serão respondidas na palestra de Khenpo.

O monge que já ensinou no Nepal, Índia, Singapura, Malásia, Tailândia e Indonésia, fará também uma palestra sobre “Budismo: A arte da mente”, às 16h de sexta-feira (1º), no auditório do Centro de Ciências da Educação (CCE), na Universidade Federal do Piauí (Ufpi) e um retiro especial sobre “Os quatro pensamentos que transformam a mente”, no Centro Budista de Teresina, a partir das 19h30 de sexta até domingo (03). Maiores informações através do (86) 3233-9100.

Khenpo Gyaltsen nasceu em Samagaio, no Nepal, em 10 de maio de 1973. Ele é descendente direto da família do ilustre rei tibetano Trisong Deutsen. Aos nove anos, entrou no monastério Kanying Shedrub Ling, da família de Kyabgön Phakchok Rinpoche, onde estudou textos filosóficos e rituais até os vinte e cinco anos. Durante esses anos, ele não só recebeu muitas iniciações e transmissões de textos de Chokling Rinpoche e Kyabje Chokyi Nyima Rinpoche, como também de seu principal guru, Tulku Urgyen Rinpoche, de quem recebeu as preciosas "instruções sobre a mente".

Khenpo Gyaltsen viajou para a Índia em 1997 e passou três anos no grande Thekchen Choling estudando a Tradição Budista de lógica. Em 2000, entrou no Instituto Ngagyur Nyinma onde completou o nono e último ano, e recebeu o grau de Acharya de Sua Santidade o Dalai Lama.

Após a graduação, ele continuou a ensinar por quatro anos. Em 2011, recebeu o título de Khenpo por Karma Kuchen Rinpoche. Em 2012, voltou a viver no monastério Kanying Shedrub Ling. Atualmente está ensinando no monastério Sangye Yeshe Shedra e no Instituto Rangjung Yeshe, aliado à Universidade de Kathmandu.

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