O ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, está em tratamento após passar por "procedimento cardiovascular" no início do mês, disseram fontes à imprensa sul-coreana nesta segunda-feira (20). Um oficial da Casa Branca informou à rede de TV norte-americana CNN que Kim está em "grave perigo" após passar por cirurgia. O regime norte-coreano não se manifestou oficialmente. As informações são do G1.
Uma fonte do governo sul-coreano, porém, disse à agência Yonhap que "não viu nenhum sinal" de que algo tenha ocorrido com Kim. Ainda assim, as autoridades da Coreia do Sul observam os relatos sobre o estado de saúde do ditador do país vizinho.
Fontes do Partido Comunista da China — país com o qual a Coreia do Norte tem relações mais próximas — também disseram à Reuters "acreditar que Kim não esteja gravemente doente".
A notícia vem em meio a especulações sobre o estado de saúde do norte-coreano após ele não participar das festividades de 15 de abril — aniversário do avô dele, Kim Il-sung, fundador da Coreia do Norte morto em 1994. À época, chegou-se a especular que Kim tomava medidas de precaução contra o novo coronavírus. O regime norte-coreano não divulga se há ou não casos de Covid-19 no país.
Não há detalhes sobre o que teria sido esse tratamento nem quais os possíveis problemas cardiovasculares de Kim Jong-un. Informações do tipo são difíceis de serem obtidas oficialmente, dado o caráter fechado da ditadura.
O site Daily NK, mantido por desertores do regime norte-coreano, diz que Kim se recupera em um resort na costa leste da Coreia do Norte. Segundo o site, a saúde do ditador vem se deteriorando devido ao fumo, obesidade e "sobrecarga de trabalho".
Coreia do Sul verifica caso
O governo da Coreia do Sul disse que vai apurar a situação de Kim Jong-un. Autoridades do Ministério da Unificação — pasta do governo sul-coreano responsável pelas tratativas com o vizinho do norte — e do Serviço Nacional de Inteligência não confirmaram os relatos do estado de saúde do ditador, informa a Associated Press.
Segundo a agência Yonhap, uma fonte do governo sul-coreano disse que "não há sinais incomuns relevantes" sobre as condições de saúde de Kim.
O Japão, um dos maiores inimigos do regime norte-coreano, também está observando a situação, informou o porta-voz do governo.
Na semana passada, a Coreia do Norte voltou a disparar mísseis de curto alcance — mesmo após tentativas de reaproximação com os Estados Unidos e a Coreia do Sul, o regime de Kim retomou os testes com projéteis balísticos há pouco menos de um ano.