A Lagoa do Mocambinho, localizada na Avenida Prefeito Freitas Neto, zona Norte de Teresina, está coberta por aguapés, da mesma espécie que costumamos encontrar no rio Poti, nos tempos mais secos do ano. A situação traz muitos problemas para a população.
Além dos transtornos diretos à população, o óbvio desequilíbrio ambiental que aquela vegetação denota também é preocupante. O drama é tão grave que quase não dá para ver o espelho d’água da lagoa, quase completamente tomado pelos aguapés.
Os animais também sofrem com o ecossistema em desequilíbrio. De acordo com os moradores, não é incomum o aparecimento de répteis (jacarés, cágados) e roedores nas casas ou mesmo na rua.
Sebastião Mendes é um dos que mais se incomoda com a situação, e diz que a lagoa está nesta situação há pelo menos 20 anos. “A culpa é do prefeito que fez essa galeria jogar tudo o que não presta na lagoa, por isso está aí do jeito que está. Os moradores também não ajudam, esses que moram na frente da Lagoa são os que mais sujam”, considera.
O mau cheiro é o maior dos incômodos. “É a podridão maior do mundo, parece que jogam carniça. É o maior absurdo essa Lagoa do jeito que está”, complementa João Nonato.
Deputada cobra ações da prefeitura
A deputada estadual Flora Izabel (PT) apresentou requerimento cobrando ações da Prefeitura Municipal de Teresina.
“A população não pode ficar assim. A Assembleia Legislativa cobra ações imediatas da prefeitura”, afirma Flora.
Além do mau cheiro, há o risco das viroses. “Ali, à noite, é impossível ficar na porta por causa dos mosquitos. Tem muito foco de dengue e o meio ambiente também é prejudicado”, explica Flora Izabel.
Projeto Lagoas do Norte é solução
Segundo Erick Amorim, coordenador do Lagoas do Norte, a raiz da poluição que traz como consequência a presença de aguapés é a má estrutura de administração do esgoto produzido na capital. “A poluição dessas lagoas é decorrente da falta de esgotamento geral da cidade de Teresina, e não só da região do Lagoas do Norte. O projeto está investindo em esgotamento, quando quem deveria fazer era a Agespisa”, declara.
A segunda etapa, que vai concluir todas as intervenções, é a solução apontada. “Nós temos os projetos com que conseguiremos fazer a busca de recursos para fazer obras de esgotamento e limpeza. Desta forma, poderemos ver com a SDU/Centro-Norte [Superintendência de Desenvolvimento Urbano daquela zona] uma manutenção da lagoa em curto prazo, mas a longo prazo é a conclusão de tudo”, afirma Amorim.
O Lagoas do Norte deve ser finalizado em cinco anos. “O prazo para a segunda fase é de cinco anos, é um processo a longo prazo, que vai concluir o projeto Lagoas do Norte completamente. O Mocambinho deve ser beneficiado bem antes disso”, finaliza o coordenador do Lagoas do Norte.