Quase duas semanas após a invasão de Israel, as Forças Armadas do Líbano reagiram pela primeira vez nesta quinta-feira (3), disparando contra soldados israelenses. Conforme as Forças Armadas libanesas, a resposta ocorreu após um grupamento israelense atacar um posto militar do Exército do Líbano, resultando na morte de um soldado libanês.
Até este episódio, Israel vinha enfrentando apenas integrantes do Hezbollah — o grupo extremista libanês financiado pelo Irã — desde que invadiu o Líbano, no início desta semana.
"Um soldado morreu depois que o inimigo israelense atacou um posto militar na área de Bint Jbeil, no sul, e os militares responderam com disparos", disse o Exército libanês, em comunicado.
FALTA DE EQUIPAMENTOS
Desestruturado e enfraquecido após duas guerras e uma grave crise econômica, o Exército do Líbano enfrenta a falta de equipamentos, fundos e contingentes, o que limita sua capacidade de confrontar o Exército israelense, segundo especialistas. Por outro lado, o Hezbollah, financiado pelo Irã, possui um arsenal superior ao do Exército libanês.
Até a última atualização, as Forças Armadas de Israel não haviam confirmado se dispararam contra o posto militar libanês, nem se manifestado sobre o incidente. O governo israelense reiterou que seus bombardeios e incursões terrestres visam alvos específicos do Hezbollah, e não o Estado libanês.
MAIS DE 1.900 MORTOS
Em menos de duas semanas, os bombardeios de Israel no Líbano resultaram em 1.974 mortes, conforme informou o Ministério da Saúde libanês nesta quinta-feira (3). Entre as vítimas, 127 eram crianças. Além disso, mais de 6 mil pessoas ficaram feridas devido aos ataques.
Esse número já supera o total de mortos na guerra do Líbano em 2006, quando Israel também invadiu o país para combater o Hezbollah. Naquele conflito, que durou pouco mais de um mês, 1.191 pessoas morreram, incluindo civis, soldados e membros do grupo extremista.