O Bispo Edir Macedo usou as redes sociais para defender a construção do Templo de Salomão, obra faraônica inaugurada há duas semanas no Brás, no centro de São Paulo. Em postagem, publicada no Facebook, o líder da Igreja Universal do Reino de Deus, também dono da Rede Record de Televisão, argumentou contra os críticos.
Os exemplos para os críticos são daqueles que qualquer brasileiro poderia entender: fome, pobreza e futebol.
“Muitas pessoas têm criticado a Universal por ter construído o Templo de Salomão em vez de usar o dinheiro para alimentar os pobres. Pense um pouquinho, gente! Imagine se cada pessoa, membro da maior torcida de time de futebol do País, contribuísse para a compra do jogador mais promissor da atualidade. Você acha que esse time pegaria o dinheiro e o daria aos pobres? É claro que não! Porque as pessoas doaram a quantia, de acordo com a condição financeira de cada uma, com a única finalidade de ter o melhor jogador em seu clube”, escreveu.
“Ora, da mesma forma, se investimos na construção do Templo de Salomão é porque as pessoas, única e exclusivamente, contribuíram para esta finalidade. E não outra”, emendou Macedo. Para provar que fome, pobreza e fé podem ou não caminhar juntas – dependendo do gosto de cada um –, o líder da Universal tentou justificar o quanto “investir todo esse dinheiro em alimentos” não resolveria o problema. Afinal, a fome volta, não é?
“Além disso, se todo esse dinheiro fosse aplicado hoje em alimentos, amanhã eles não sentiriam fome novamente? E depois de amanhã? Será que o problema das pessoas se resume em um prato de comida apenas? Para matar a fome imediatamente sim, mas e em seguida? O Templo de Salomão é uma Casa aberta a todos, um Lugar onde a fome espiritual de ricos, pobres, letrados ou não é saciada por meio da fé”, concluiu.
Com ou sem fome, torcendo ou não para o seu time do coração, o promotor Mauricio Antonio Ribeiro Lopes aguarda uma resposta da Prefeitura de São Paulo para o fechamento do Templo de Salomão. Na semana passada, o Ministério Público recomendou o fechamento do local, uma vez que o templo não possui um alvará definitivo para o seu funcionamento.
Outras irregularidades seguem sendo investigadas, como a falta de investimentos de 5% do valor total da construção de 64 mil m² (cerca de R$ 35 milhões) em melhorias para o Brás, medida prevista pela legislação municipal para construções de tal tamanho, que a Universal não cumpriu até hoje.