As pesquisas sempre indicaram que o brasileiro não investe em livros. A leitura vem perdendo espaço no orçamento familiar e essa realidade pode ser confirmada com a diminuição de clientes em bancas e livrarias, em Teresina.
Geralmente esses locais apresentam uma queda nas vendas somente em outubro, mas isso já vem sendo registrado bem antes desse mês.
Marcos Antônio, supervisor de vendas de uma livraria da capital, aponta que nesse período as vendas costumam ser mais elevadas, porém, isso não vem acontecendo. ?De setembro a outubro sempre verificamos uma queda nas vendas e mesmo com o fato de o nosso público maior ser cliente que procura livros didáticos, percebemos essa diminuição?, pontua.
Os aparelhos eletrônicos podem ser considerados os grandes culpados por essa realidade. Na família do agente penitenciário Antônio Pereira, os celulares ?completos? tomaram o lugar do velho e bom livro. ?Mesmo com um exemplo dentro de casa, a mãe, que lê muitos livros, os filhos preferem os celulares, computadores, essas coisas que já dão tudo bem mastigado pra gente?, afirma Antônio.
Para o professor de Literatura Ajosé Fontenele, o fato da diminuição dos clientes em livrarias não representa a redução do interesse das pessoas pela leitura. Ele coloca que isso que vem acontecendo é devido às novas possibilidades que a sociedade tem de encontrar o que ler e de poder selecionar aquilo que se quer ler, além de muitos livros terem preços bastante elevados.
?A pirataria também chegou aos livros. Hoje em dia as pessoas têm procurado muitos livros on-line. Downloads de clássicos e de mais vendidos são uma nova forma de acesso das pessoas a essas leituras. Além disso, outra realidade curiosa é sobre as redes sociais. Nelas, muitas vezes as pessoas que não leem os livros na íntegra têm a oportunidade de ler fragmentos por aqueles que fizeram a leitura e que depois compartilham?, explica.