Quem pensa que os lixões são consequência dos grandes matagais e problema apenas das periferias percebe que está enganado após passar pela Rua Marcos Parente, próximo ao Shopping Riverside, na zona Leste de Teresina. Em plena zona nobre da cidade, um quarteirão inteiro está tomado por entulho.
O local, que antigamente era uma lagoa, fica apenas a um quarteirão do shopping e entre as Av. João Elias Tajra e Rua Anfrísio Lobão, ambas dão acesso da Avenida Raul Lopes a várias regiões da zona Leste.
Hoje vários prédios e empreendimentos ocupam a região, embora ainda existam terrenos sem uso. E é nesse espaço que se transformou em um verdadeiro lixão.
No meio da via podem-se encontrar restos de material de construção, garrafas de bebidas, galhos de árvores e até cartazes de filmes de cinema e peças de veículos.
Algumas vezes, o odor fica insuportável em virtude do acúmulo de restos de alimentos e animais mortos. O risco de proliferação de doenças é grande, assim como o de acidentes em virtude da quantidade de urubus que aglomeram na pista.
O desrespeito ao bem público é visível e até mesmo o aviso de ?Não Jogue Lixo? não impediu o acúmulo de detritos naquele local . O lixo já toma conta do outro terreno, e chega a vedar completamente o tráfego na via.
De acordo com o empresário Rodrigo Araújo, o problema antes se concentrava na Rua Demerval Lobão, outra via nas proximidades, mas foi transferido após o proprietário do terreno murar o lado e limpar a área. ?Depois que ele murou a face de lá do terreno nunca mais jogaram lixo. Agora mudaram pra cá e jogam de tudo?, reclama.
Roberto Nojoza trabalha próximo ao local e várias vezes já viu carroceiros jogarem lixo no local. Apesar de reclamar pelo inconveniente, ele garante que os responsáveis já chegaram a ameaçar quem reclama. Para Nojoza, o problema parte da própria falta de educação de quem joga lixo no local.
?Só esse mês a prefeitura limpou umas três vezes essa rua. Mas a prefeitura limpa e em pouco tempo jogam lixo aqui. De ontem pra hoje apareceu esse amontoado de restos de construção.
Saí da empresa às seis da tarde e não tinha isso, quando cheguei pela manhã pra trabalhar, já estava aí?, conta. Ele também confirma os riscos: ?Um dia desses quase ia me acidentando de moto, porque fui desviar dos urubus e vinha um carro?, aponta.