A família de Genilson Alves da Silva, 31 anos, denuncia que ele não teria recebido atendimento no Hospital Municipal de Santa Inês, a 250 km de São Luís, porque teria sido confundido com um morador de rua. O caso aconteceu na última sexta-feira (14) e a vítima deu entrada no hospital após ter sofrido um acidente de trânsito. As informações são do G1.
De acordo com a irmã da vítima, Gracilene Alves, ao questionar a equipe médica o motivo do descaso, uma das enfermeiras chegou a alegar que ele não foi atendido porque ‘achavam que era um mendigo’ e por estar sem documento de identificação.
“Eu perguntei porque ele não tinha sido atendido. E uma das enfermeiras simplesmente virou para mim e disse ‘a gente achava que ele era um mendigo’. Uns falaram que ‘ah, ele chegou sem documento’, não sei o que, querendo se justificar de todas as maneiras sendo que isso não tem justificação pra isso. Não interessa se ele tinha documento ou não. O que interessa é que ele é um ser humano e estava com um problema muito sério e precisava de atendimento. Eles estão ali para atender pessoas, não importa quem seja”, disse.
Genilson Alves sofreu o acidente na BR-316 em Santa Inês enquanto voltava de motocicleta para casa, após ter ido encontrar com amigos. Ele foi socorrido por uma equipe da Polícia Rodoviária Federal do Maranhão (PRF-MA) que foi ao local do acidente e acionou uma ambulância, que o levou para o hospital durante a madrugada.
Enquanto isso, a família procurava por Genilson após ele não ter chegado em casa pela manhã. Parentes chegaram a ir até o Hospital Municipal, mas não o encontraram. Os irmãos da vítima chegaram a registrar um boletim de ocorrência na Delegacia Regional de Santa Inês, mas só em seguida, ele foi localizado por um amigo em uma das enfermarias do hospital.
Gracilene Alves afirma que o irmão chegou a ficar mais de 12 horas sem atendimento médico, já que ele só foi atendido após ter sido localizado pela família. A situação revoltou os familiares da vítima que alegaram negligência do hospital e afirmam que vão levar o caso para a justiça.
“Que tome providência e para que não aconteça com outras pessoas. A gente tem que falar, a gente tem que falar, se a gente não falar a gente tem que gritar, escancarar, porque se você não falar eles vão deixar o tempo todo assim. Vai continuar fazendo assim com outras pessoas a atendendo quem eles quiserem”, afirmou.
Após uma avaliação médica, Genilson foi encaminhado para o Hospital Macrorregional de Santa Inês, onde foi submetido a exames onde foi constatado um traumatismo craniano. Em seguida, ele foi transferido para o Hospital Municipal Djalma Marques (Socorrão I) em São Luís, onde passou por uma cirurgia e o estado de saúde dele é considerado grave.
A direção do Hospital Municipal de Santa Inês foi procurada e disse que as acusações da família não possuem fundamento porque o hospital prestou atendimento ao paciente.