A Polícia Civil localizou na noite de segunda-feira (9) a mãe do bebê encontrado em uma caixa de leite, em Goiânia. Encaminhada para a delegacia, a jovem de 21 anos alegou que escondeu gravidez e está arrependida de ter abandonado o filho. "Eu arrependi totalmente. Por mim, o bebê vinha para os meus braços hoje mesmo. Nada justifica o que eu fiz".
A titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), Renata Vieira, contou que a jovem foi encontrada após uma denúncia de funcionários do hospital onde a criança nasceu. Segundo a titular da DPCA, eles estranharam a recusa da mãe em amamentar e cuidar do recém-nascido.
Ela conta que escondeu a gravidez da família e do namorado. Para disfarçar a gestação, a jovem usava roupas folgadas e dizia que tinha engordado. ?O pai não tem nem noção do que está acontecendo. Para ele, o bebê estava morto. Minha família é uma família que não aceitaria uma pessoa de 21 anos ter um filho?, relata.
A mãe alega que, como o menino nasceu dezesseis dias antes do previsto, não teve tempo de pensar o que faria com ele, se o entregava para adoção. ?Eu não tive tempo de pensar. Eu entrei em trabalho de parto e em algumas horas o bebê estava nos meus braços. Eu não tive tempo de correr em Conselho Tutelar nem nada?.
Três dias após o nascimento do menino, ela o colocou em uma caixa de papelão, embrulhou em uma manta e o deixou em frente a uma casa do Setor Sul, em Goiânia. A dona da residência achou a criança no final da manhã de domingo (10) após ouvir o choro dela.
Encaminhado no mesmo dia ao Hospital Materno Infantil (HMI), o menino continua internado na unidade de saúde. Segundo o último boletim médico, o recém-nascido passa bem.
Como neste caso não houve flagrante, a jovem vai responder em liberdade pelo crime de abando de incapaz. No entanto, segundo a delegada, o menino continuará com o Conselho Tutelar.
"A criança vai permanecer sob a responsabilidade do Conselho Tutelar até que seja definido. Porque a família da menina, depois que tenha conhecimento de que ela teve essa gravidez, de que ela teve receio de contar por conta da família, às vezes, a própria família dela queira tomar conta da criança. Porque ela tem mãe, tem avó, tem o namorado, que também acredita que a criança está morta, e a família do namorado. Essa criança tem muitos parentes que podem ser responsáveis por ela, isso cabe ao Conselho Tutelar e ao Poder Judiciário", afima a delegada.