Ana Carolina Oliveira, mãe da menina Isabella Nardoni, entrou em contato com Leniel Borel para prestar solidariedade pela morte do filho dele, Henry, de 4 anos. O menino morreu no dia 8 de março, no Rio de Janeiro, e o laudo médico aponta 23 lesões, que indicam que ele teria sido vítima de agressão física. O padrasto, o vereador Dr. Jairinho, e Monique Medeiros, mãe do menino, foram presos no dia 8 de abril, dentro das investigações da morte do menino.
O caso aconteceu 13 anos após a morte trágica de Isabella Nardoni, que sofreu agressões e foi arremessada da janela do sexto andar. O pai Alexandre Nardoni, e a mãe, Ana Carolina Jatobá, foram condenados pelo crime. Ana Carolina Oliveira se comoveu com o caso pelas semelhanças com a própria história e quis prestar apoio a Borel.
Em depoimento à revista Piauí, ela disse que percebeu as semelhanças antes mesmo da condenação de Dr. Jairinho e da mãe de Henry ao assistir uma entrevista dos dois na Record no dia 21 de março. "Senti frieza, uma emoção falsa e versão combinada dos fatos. Naquele momento, pensei o pior mesmo e vi semelhanças com o ocorrido com a minha filha, Isabella. Por mais que as pessoas ensaiem, criando uma versão falsa para o crime, a verdade não consegue ser escondida nem por elas mesmas", refletiu.
"Eu mandei na sexta-feira (9/04), uma mensagem por WhatsApp ao Leniel Borel, pai do Henry. Meu coração estava pedindo para fazer isso. Eu me coloquei no lugar dele", contou. Para ela, a parte mais difícil dos dois casos é que tanto ela quanto Borel entregaram os filhos para pessoas que deveriam zelar por eles. "Entregar um filho para nunca mais voltar é o que mais machuca, revolta. Não consigo explicar o tamanho dessa dor."
"Tentamos procurar algo que justificasse a morte e que não fosse o que de fato é. Isso logo no começo, quando há a notícia da morte. É natural procurar um assassino, um culpado – e que ele não seja quem deveria proteger e dar amor. No primeiro momento, você não culpa o pai ou a mãe. Nós simplesmente não queremos acreditar no que está acontecendo. Mas então vêm as notícias, as perícias, os indícios", narrou.
Ela emocionou-se ao lembrar uma mensagem que recebeu de Leniel ao conversarem sobre a dor da perda. "Na troca de mensagens com o Leniel, ele me disse: 'Você não sabe como suas palavras são importantes neste momento. Está sendo muito difícil. Não paro de pensar no meu filho. Além do meu filho, eles levaram a minha paz.'
Ana Carolina conta que dois fatores a ajudaram a seguir em frente. Ela buscou tratamento psicológico e espiritual, encontrando acolhimento na religião espírita, que ajudou-a a entender que tudo tem um propósito. Ela casou-se pela primeira vez aos 30 anos de idade e hoje tem dois filhos, um menino de 4 anos e uma menina de 1 ano e um mês, mas lembra que enfrentou dificuldades na gestação. "Na gravidez do meu filho, hoje com 4 anos, eu fiquei muito balançada. Foi um momento de muita alegria, mas também bastante difícil. Eu tinha o sonho de ser mãe novamente e, ao mesmo tempo, pensava demais na minha filha", lembra. "A minha filha Isabella completaria 19 anos no dia 18 de abril. Nessas datas, por mais fortes que sejamos, o coração fica muito apertado", completou.