Mais três mulheres prestaram queixa contra o ginecologista Leonardo Palmeira, suspeito de cometer assédio sexual durante consultas no Centro Estadual de Oncologia da Bahia (Cican), em Salvador. Ao todo, cinco vítimas procuraram a polícia para denunciar médico.
Os Boletins de Ocorrência foram registrados na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) do bairro de Brotas, na segunda-feira (31). A defesa do suspeito foi até a delegacia e afirmou que ele estava disponível para prestar depoimento.
No entanto, a delegada Bianca Andrade, da Deam de Brotas, disse que o médico ainda não foi ouvido por uma questão processual, já que a oitiva ocorre no final das investigações. A policial ainda destacou que um especialista em ginecologia deve acompanhar o inquérito para fornecer informações sobre procedimentos realizados.
Uma das vítimas, que tem 26 anos e prefere não revelar o nome, afirmou que procurou Leonardo Palmeira apenas para apresentar o resultado dos exames preventivos realizados com outro profissional. De acordo com a paciente, o suspeito pediu para que ela refizesse a coleta e o abuso aconteceu após ela ter aceitado a solicitação do profissional.
Conforme ela, a consulta ocorreu em maio de 2020, mas ela só procurou a polícia quase dois anos depois, por medo e vergonha.
Em nota, a Secretaria de Saúde do Estado (Sesab) informou que há uma sindicância aberta e que, durante o procedimento de investigação não vai comentar o caso. O profissional vai continuar afastado até a conclusão da investigação administrativa. De acordo com a portaria da Sesab, um corregedor da Saúde, um técnico de enfermagem e uma psicóloga são responsáveis pela apuração.
O Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb) também se posicionou sobre o caso, informou que uma denúncia foi protocolada, seguindo medidas pertinentes. Segundo o Cremeb.após análise inicial para identificação do denunciante e do autos processuais que compõem a denúncia, foi instaurada uma sindicância para apuração dos fatos.
Caso haja indícios de infração ética, será aberto um processo ético-profissional. No entanto, conforme o conselho, toda denúncia tramita em segredo de Justiça.