O enterro do líder sul-africano Nelson Mandela, que morreu nesta quinta-feira (5) aos 95 anos em Pretória, será realizado no dia 15 de dezembro, anunciou o presidente da África do Sul, Jacob Zuma, nesta sexta-feira (6), segundo a agência de notícias Reuters. A cerimônia oficial em homenagem ao ex-presidente será realizada na próxima terça-feira (10), no estádio de futebol Soccer City, em Johanesburgo, onde Mandela fez sua última aparição pública, no fim da Copa do Mundo de 2010.
O corpo de Mandela será sepultado na vila ancestral de Qunu, em uma propriedade de sua família.
"Vamos dar um funeral de Estado ao ex-presidente Nelson Mandela, e ele será enterrado em 15 de dezembro em Qunu, em Cabo Oriental", disse Zuma, acrescentando que uma cerimônia oficial será realizada no dia 10 no Soccer City. O estádio tem capacidade para 88 mil pessoas, e foi lá, pouco antes da última partida do Mundial de 2010, que "Madiba", como era carinhosamente chamado, percorreu o campo durante 2 minutos em um carrinho de golfe, acenou e sorriu para os torcedores.
"Iremos trabalhar em conjunto para organizar o funeral mais digno possível para esse filho excepcional de nosso país e pai de nossa jovem nação", acrescentou Zuma, agradecendo às mensagens de condolências vindas de toda a África do Sul e do mundo inteiro.
A próxima semana foi declarada "semana nacional de luto", começando neste domingo (8) com "um dia nacional de orações e reflexões".
O corpo de Mandela ficará exposto em Union Buildings, sede da presidência, em Pretória, do dia 11 a 13. Em 16 de dezembro, deve ser erguida uma estátua do ex-líder em frente ao local.
Até o sepultamento, serão realizadas cerimônias oficiais e tradicionais, e as bandeiras permanecerão a meio-mastro em toda a África do Sul.
O funeral de Mandela deve entrar para a história como um dos maiores eventos já realizados no continente.
A organização necessária para prepará-lo tem sido comparada à abertura e ao encerramento da Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, a uma posse presidencial e a uma coroação real ? todas juntas.
O evento deve "rivalizar" com o funeral do Papa João Paulo II, em 2005, que contou com a presença de cinco reis, seis rainhas, 70 presidentes e primeiros-ministros, além de 2 milhões de fiéis. O equivalente britânico mais próximo pode ter sido o enterro do chefe de Estado Winston Churchill, em 1965, destacou o jornal britânico "The Guardian".
São esperados todos os ex-presidentes americanos ainda vivos, chefes de Estado de todos os lugares do mundo e celebridades que se consideravam próximas a Mandela. A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, também deve participar do funeral.
São esperados, ainda, outros chefes de Estado e personalidades como a apresentadora americana Oprah Winfrey, a ex-primeira-dama e secretária de Estado americano Hillary Clinton e o ex-capitão da seleção sul-africana de rúgbi François Pienaar, campeão da Copa do Mundo do esporte em 1995.
De acordo com o "Guardian", um evento de tão grande porte demandará um planejamento sem precedentes na África do Sul, no momento em que o país está mergulhado no luto pela perda de seu maior líder.
Os sul-africanos devem homenagear o ex-presidente e Prêmio Nobel da Paz em todo o país. Além disso, o Parlamento será convocado durante o período de recesso para uma sessão especial conjunta em homenagem a Mandela.