Principal suspeito de matar a família, Marcelo Pesseghini, 13 anos, teria convidado amigos a fugir com ele após o crime. A informação foi confirmada pelo presidente da Comissão de Segurança Pública da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil), Arles Gonçalves Júnior, que está acompanhando a investigação da chacina na Brasilândia, zona norte de São Paulo.
? Na segunda-feira [dia do crime], ele convidou vários deles pra fugir com ele. E nenhum aceitou, mas ele convidou.
Os amigos faziam parte do grupo chamado "Os Mercenários". Segundo as investigações, o grupo tinha uma lista com nomes de pessoas que deveriam ser mortas. A diretora do colégio onde Marcelo estudava seria uma das vítimas.
Além de convidar os amigos para fugir, Marcelo teria confessado a alguns deles que havia matado os pais ? policiais militares, além da avó e da tia-avó. Os amigos, porém, acharam que era uma brincadeira do amigo.
Gonçalves disse ainda que a polícia já comprovou outra parte da investigação: Marcelinho estava sozinho dentro do carro.
? O perueiro, que buscou ele sete anos, quando chegou na escola, ele viu o Marcelo lá, ele tinha acabado de chegar. Ele sai e vê o carro da Andreia. Ele passa e constata que não tem ninguém lá. O Marcelo tinha acabado de descer do carro, coisa de minutos, então, por óbvio, não tinha ninguém no carro, ele estava sozinho.
Segundo a investigação, Marcelo chegou a oferecer carona para os amigos e mostrou que estava de carro. Mas os colegas recusaram a oferta. O garoto passou dez minutos dentro do carro, mas o que ele fez exatamente ainda é um mistério. A polícia acredita, porém, que Marcelinho teve dificuldade para tirar o carro da vaga e não conseguiu manobrar o veículo.
O mistério das mortes de uma família inteira em São Paulo há vinte dias está perto do fim. Nesta semana, a polícia deve apresentar os laudos e concluir o inquérito.
Os peritos da Polícia Civil trabalham em vários laudos para demonstrar de forma científica o que aconteceu dentro da casa. Alguns já estão concluídos.
Os principais são: laudo de balística ? para determinar a arma e a trajetória dos tiros; residuográfico ? para encontrar fragmentos dos disparos; concentração de potássio -? para determinar a hora das mortes; e exames toxicológicos para descobrir se as vítimas foram dopadas.
Os peritos fizeram testes com armas e confirmaram que os vizinhos ouviram os disparos na noite do crime. Segundo Gonçalves Junior, a mãe foi morta alguns segundos depois do pai.
A polícia ainda não encontrou a roupa que o garoto teria usado durante as execuções. Elas poderiam estar sujas com o sangue das vítimas e o uniforme usado por ele quando foi encontrado morto estava limpo. Um detalhe intrigante: as paredes do quarto da avó e da tia avó teriam sido lavadas para esconder as manchas de sangue.
Outro ponto importante da investigação são as análises dos telefones fixos e celulares da família. O computador da família Pesseghini também é considerado peça chave nesse quebra-cabeça. A polícia espera saber, por exemplo, se Marcelinho pesquisou ou não maneiras de dopar os pais.