A Marcha das Vadias, em sua terceira edição em Teresina, concentrou militantes de movimentos sociais na Avenida Frei Serafim durante a tarde de ontem (14). Com o tema "Viver Sem Violência é um Direito de Toda Mulher", os manifestantes levaram pautas feministas às ruas, com o objetivo de dialogar com a população sobre violência contra a mulher, aborto, homofobia e mais.
O movimento feminista em Teresina tem crescido bastante após a construção da marcha. "Acreditamos muito na Marcha das Vadias, pois desde quando começou em Teresina trouxe mais visibilidade para o movimento feminista, conseguimos traçar certos debates e alcançar várias moças, que hoje reforçam o movimento feminista em Teresina e constroem a Marcha. Ao irmos paras ruas estamos mostrando que o movimento feminista existe, que não nos calamos, pois queremos incomodar a sociedade machista, racista, trans/homo/bi/lesbofóbica que tenta nos calar e deslegitimar a nossa luta", pontua Stacy Nagoya, uma das moças que constroem a Marcha.
Na Marcha, travestis e transexuais que foram agredidas durante todo o ano serão lembradas, assim como as mulheres negras que são as mais violentadas, de acordo com as estatísticas: "Essa marcha vai ser um dia de luta e de luto, luto pelas companheiras travestis e transexuais que são mortas, agredidas verbalmente e fisicamente, que têm seu reconhecimento como mulheres negado, por ter toda uma dificuldade para fazerem uma cirurgia de mudança de sexo e por aí vai, as várias violências que nossas companheiras sofrem desde muito novas. E as nossas companheiras negras, que são as que mais sofrem com a violência, pois 60% das mulheres assassinas no Brasil foram mulheres negras. Vamos unir nossas forças hoje e lutar contra toda violência verbal, física e institucional que a mulher negra, branca, trans ou cis sofrem. Estamos fartas", explica Stacy.
Este ano, a Marcha das Vadias se concentrou na Avenida Frei Serafim, centro de Teresina, e teve percurso através das Praças do Fripisa, João Luís, Coelho de Rodrigues, Rui Barbosa e encerramento na Liberdade, com a realização de uma cultural. "A tendência é unificar o movimento feminista com os coletivo e frente de mulheres, que estão se unindo cada vez mais para criar ações e reforçar essa luta. Acreditamos que quando nos unimos nossa força é maior", finaliza Nagoya.