A Marinha informou nesta quinta (17) ter encontrado um tambor com 200 litros de óleo na costa do Rio Grande do Norte, a 7,4 quilômetros de Natal. A embalagem, que tem um símbolo da petroleira Shell, é semelhante a outras encontradas em praias atingidas pelo óleo no Nordeste.
Segundo a Marinha, o tambor está fechado e com líquido em seu interior. Amostra do conteúdo será levada para análise no Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira. A descoberta, feita pelo Navio Patrulha Guaíba, será usada nas investigações sobre a origem do óleo.
Amostras do conteúdo de tambores encontrados nas praias já foram analisadas pela Marinha e pela Universidade Federal de Sergipe. Enquanto esta viu semelhanças com o óleo encontrado nas praias, aquela disse não haver relação.
Barril de petróleo na areia em praia do município da Barra dos Coqueiros, em Sergipe Divulgação/Governo do Sergipe
Na quarta (16), o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, esteve em Sergipe e defendeu que não há divergências entre os laudos. Em nota divulgada pela universidade, o pesquisador Alberto Wisniewski disse que os dois produtos apresentam "um parentesco", mas são diferentes.
O aparecimento dos tambores pode ser uma pista na busca pela origem do óleo, que ainda não é conhecida. Em nota, a Shell diz que os primeiros tambores encontrados na praia de Formosa, em Sergipe, são embalagens de lubrificantes para embarcações, de lote não produzido no Brasil.
A companhia diz que não transporta petróleo cru em barris e que a diferença de tempo em relação à data da embalagem (17 de fevereiro) e o início das manchas no Nordeste aponta para possível reutilização do tambor. A Shell é a segunda maior produtora de petróleo no Brasil, atrás da Petrobras.
A estatal diz que análises feitas em seu centro de pesquisa apontam que o óleo não é produzido em suas operações. Um laudo sigiloso entregue ao Ibama diz que o óleo tem características semelhantes ao produzido na Venezuela, conclusão reforçada por análise da Universidade Federal da Bahia.
Entre as hipóteses em investigação, a mais provável, segundo disse Salles na quarta, é a de derramamento do óleo por navio em frente à costa brasileira, seja durante a transferência de um navio a outro ou por vazamento acidental.
A Marinha notificou 30 navios petroleiros que passaram pela região antes de o óleo aparecer nas praias, mas ainda não informou se houve respostas.