Máscaras de super-herois encorajam crianças contra o câncer

As máscaras são usadas na Associação Piauiense de Combate ao Câncer

Máscaras | José Alves Filho
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O uso de máscaras termoplásticas estilizadas com rostos de super-heróis tem facilitado o tratamento de crianças com câncer na Associação Piauiense de Combate ao Câncer, em Teresina. Elas são usadas nas radioterapias de pacientes com câncer na região da cabeça e do pescoço, da nasofaringe e do sistema nervoso central. 

O uso de máscaras é necessário para que o paciente fique imobilizado e o tratamento seja feito sempre no mesmo local. No entanto, o procedimento costuma assustar as crianças, que precisam ser sedadas para que fiquem paradas diante do aparelho. Com as máscaras estilizadas, a realização do procedimento ficou mais fácil. No ano de 2017, um grupo de estagiários foi até o Rio de Janeiro para realizar um curso no Instituto Nacional de Câncer (INCA). Lá, os estudantes tiveram contato com a confecção de máscaras termoplásticas estilizadas que buscavam aliviar o estresse e medo que as crianças sentiam durante o tratamento do câncer.

José Alves Filho

Aline Fernandes, enfermeira coordenadora do setor de radioterapia da Associação disse que a ideia foi chegando aos poucos até que o hospital onde acontece o tratamento resolveu adotá-la, tendo em vista que a atitude poderia ajudar no desempenho do tratamento. Então, iniciaram as produções de máscaras inspiradas nos famosos super-heróis. “Quando iniciamos esse processo, vimos que houve uma mudança muito significativa na adesão, ressignificação da doença e do tratamento em si. Porque as crianças começaram a perceber a força que elas tinham e o poder que vinha dessa máscara de super-herói”, conta.

Assim que os pequenos chegam, informam o personagem em que desejam se transformar durante o procedimento. Emocionada, a enfermeira conta o caso de um paciente. “Ele disse que quando colocava a máscara, tinha certeza que ia ficar bom porque ele era o Homem de Ferro e ninguém conseguia contê-lo, pois nenhum câncer iria derrotá-lo”, disse. O procedimento que antes durava cerca de 40 minutos, devido à mobilização de anestesistas, preparo do material e a atenção redobrada diante da possibilidade de uma parada respiratória no momento da sedação, agora, com os super-heróis, dura cerca de 10 a 15 minutos e sem choro. 

Quem faz a arte e produz novas máscaras para os pacientes é profissional de radioterapia Kleiton Viera da Silva. Ele conta que sempre se interessou por desenhos e pinturas e resolveu utilizar o método que um outro profissional havia começado a implantar. “O objetivo é amenizar a toxicidade das crianças para que não utilize a sedação. O que nos motiva é ver a criança chegando e correndo para o aparelho e colocando a máscara sozinha. É muito bom”, afirma. 

Socorro Sousa é mãe de Rodrigo de seis anos de idade, que trata da leucemia desde os 2 anos. “Eu não tinha tanta confiança que ele ia fazer uma radioterapia sem precisar de uma sedação. Quando iniciou, ele tinha um pouco de medo, mas agora ele está mais confortável com o incentivo da máscara”, fala.  

A máscara de Rodrigo é do Incrível Hulk, um dos heróis mais fortes e resistentes dos desenhos. Agora, para Rodrigo é um troféu. Com a finalização da etapa da radioterapia, as crianças levam para casa um símbolo de enfrentamento contra a doença e da dedicação de profissionais que persistem nos variados meios para a melhoria dos pacientes. 

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