Médica em Madri elogia medidas de isolamento adotadas em Teresina

“A população em Madri não levou em consideração as recomendações e que hoje, a cidade amarga as conseqüências”

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As medidas de isolamento social que têm sido adotadas pela Prefeitura de Teresina foram consideradas importantes pela médica Especialista em Medicina Interna Marina Bucar, durante participação em uma live nas redes sociais do prefeito Firmino Filho, na tarde deste domingo. Piauiense, ela mora em Madri, na Espanha, onde trabalha no Hospital HM Puerta Del Sur. Segundo ela, é preciso que a população adote as recomendações com rigor, caso contrário, o prazo de isolamento pode ser muito mais extenso.

A Espanha foi um dos epicentros da proliferação do novo coronavírus. Em Madri, já são mais de mil mortos pela doença. De acordo com ela, quando do surgimento dos primeiros casos, a população não levou em consideração as recomendações e que hoje, a cidade amarga as conseqüências. “Em Madri, as pessoas não acataram as recomendações achando que eram coisas alarmistas e que isso estaria distante de nós. A ignorância é audaciosa. Chegamos a um descontrole e tivemos que fazer um isolamento obrigatório total. Estamos há um mês em isolamento e esse prazo foi prorrogado. Só depois dessas medidas mais dura, tivemos uma estabilização das entradas nos hospitais”, relata.

Marina relatou que, em Madri, foram instituídas medidas rígidas para evitar a aglomeração de pessoas nas ruas. Multas pesadas foram instituídas para quem circula pela cidade. Até os profissionais de saúde precisam de uma autorização para se deslocar para seus trabalhos. Em Madri, o sistema de saúde conta com cerca de 1.500 leitos de UTI, número bem superior aos 200 registrados em Teresina. Ainda assim, ela chama atenção para o fato de que, as vagas em leitos de UTI não significam que a pessoa irá melhorar. “O índice de mortalidade nas UTIs também é alto”, pontua.

O prefeito Firmino Filho questionou a especialista sobre como tem sido o trabalho na linha de frente desses casos. “Se você pensa que ficar em casa é duro, mas mais duro ainda é trabalhar em um hospital atendendo a esses pacientes, vendo eles em situações tão delicadas. Mais duro ainda é ser um paciente de coronavírus, internado em um leito de hospital, sem ver ou ouvir um amigo, um familiar, um conhecido”, respondeu.

O médico cardiologista e intensivista Marcelo Martins também participou do bate papo. Ele aproveitou para reforçar as declarações dadas pela doutora Marina Bucar em relação às medidas de isolamento. “Com a transmissão comunitária, como já estamos aqui, a única alternativa que temos de controle ao novo coronavírus é praticando o isolamento social”, frisou.

Marina Bucar aproveitou para reforçar o pedido de solidariedade e de cuidado das pessoas. “Se a gente lutar entre a gente, o vírus vai ganhar. Se não adotarmos as recomendações, vamos perder as pessoas que amamos. A saúde do indivíduo é de responsabilidade de toda a sociedade”, finalizou.

 

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