A Prefeitura de Santa Maria, na Região Central do Rio Grande do Sul, abriu sindicância para apurar a conduta de um médico do município. Um vídeo compartilhado em redes sociais mostra o profissional lendo o jornal dentro do consultório. Segundo a paciente que fez as imagens, ele também estava fazendo palavras cruzadas. O médico foi afastado do trabalho.
O caso ocorreu na segunda-feira (14) na Unidade de Saúde Rubem Noal, na Avenida Paulo Lauda, no bairro Tancredo Neves. A Secretaria da Saúde do município disse que solicitou à empresa terceirizada que presta serviços à prefeitura que afastasse o profissional dos plantões para não atrapalhar nas investigações.
A dona de casa Helen Cristiani Bairros, que fez o vídeo, conta que chegou no posto por volta das 8h em busca de encaminhamento para um especialista. De acordo com ela, a unidade fica lotada com frequência. A mulher diz que, até as 10h, o médico tinha chamado apenas as fichas prioritárias de idosos. Por volta das 12h, as chamadas cessaram e uma pessoa informou que o médico estava lendo o jornal e fazendo palavras cruzadas enquanto os pacientes aguardavam.
O médico Luiz Osório Quadros nega as acusações. Ele diz que naquela manhã ele estava atendendo sozinho no posto e precisava parar para descansar. Ele também afirma que não estava fazendo palavras cruzadas, mas que havia um jornal na sua frente e que o passatempo já tinha sido preenchido por outra pessoa. "Trabalho há anos, e a comunidade conhece o meu trabalho. Faltam médicos naquele posto. Eu não tenho como dar conta de tudo sozinho", relatou.
Helen diz que foi repreendida por uma funcionária do posto por fazer o vídeo e, em seguida, foi atendida. Segundo ela, o médico se queixou do salário durante a consulta. ?Eu acho que independente de quanto ele ganha, se fez um juramento e está lá trabalhando, não deve descontar nos pacientes?, afirmou a dona de casa.
A dona de casa afirma que o posto de saúde distribui cerca de 30 fichas por dia para toda a comunidade da região e que é necessário entrar na fila ainda de madrugada para tentar conseguir uma delas. Com o posto fechado, os pacientes precisam esperar na calçada, mesmo em dias frios e com chuva.