O médico e perito do INSS, Célio Neves Retondaro, de 70 anos, foi preso por ser acusado de crimes de violação sexual mediante fraude e de tentativa de estupro, ocorridos dentro de um consultório de um posto do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), em Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro. Com especialização em medicina do trabalho, ele teve a prisão decretada pela Justiça Federal no último dia 15, após ser condenado em segunda instância pelo Tribunal Regional Federal, a uma pena de 21 anos e seis meses de prisão.
Segundo o Ministério Público federal, cerca de cinco mulheres foram vítimas do médico, entre os anos de 2011 e 2013. Todas eram seguradas que precisaram passar por perícia médica para obter o benefício de auxílio-doença e tinham entre 30 e 40 anos de idade, na época dos abusos. Elas prestaram depoimento e relataram a ação do médico durante os exames periciais que aconteciam em um dos consultórios de um posto do INSS de Petrópolis. O acusado perdeu o cargo que ocupava e foi demitido do serviço público.
Os abusos ocorriam quando as seguradas estavam sozinhas com o médico. Uma das vítimas foi assediada em três ocasiões distintas pelo perito. Segundo o procurador da Procuradoria da República no município de Petrópolis, Charles Stevan, após passar pelo primeiro abuso, ela ainda tentou pedir que o novo exame fosse feito por outro profissional, mas não conseguiu a mudança. “Acredito ainda que exista outras vítimas. Foi graças as mulheres que tiveram coragem de denunciar que conseguimos tirar esse médico do serviço público”, afirmou o procurador.