Pesquisa do SUS (Sistema Único de Saúde) descobriu que existem vários casos no Piauí de médicos do Programa Saúde da Família (PSF) que foram contratados, ao mesmo tempo e de forma simultânea, e estão recebendo salários em cinco municípios diferentes, apesar de ser exigido por lei a exclusividade em um só município, antecipou, em primeira mão para o Jornal Meio Norte, o secretário estadual de Saúde, Assis Carvalho.
?Não é um caso isolado, a pesquisa, por amostragem, encontrou outros casos de um médico da família
trabalhando e recebendo salários em cinco municípios diferentes?, afirmou o secretário Assis Carvalho, que participava ontem da confraternização do governador Wellington Dias (PT) com secretários e auxiliares em sítio na região de Todos os Santos.
Assis Carvalho afirmou que a pesquisa identificou uma quantidade muita elevada de PSFs contratados
onde uma parte da equipe dos profissionais de saúde tem uma presença normal, mas o médico não tem frequência normal. ?A pessoa pode concluir que o problema é do gestor. É do gestor, mas também do médico. Encontramos médicos que trabalham, ao mesmo tempo, em quatro a cinco municípios no PSF. O médico sabe que não pode fazer isso. É uma responsabilidade de mão dupla e eu quero que os gestores e os médicos compreendam que o sistema só melhora se todos fizerem sua parte. Nós encontramos o mesmo médico do PSF trabalhando em cinco municípios, o que não é correto, o que nós condenamos?, declarouAssis Carvalho.
O salário pago por cada município do Piauí para um médico do Programa Saúde da Família varia de R$ 6 mil a R$ 10 mil mensais. São os prefeitos que fazem os contratos com os médicos e equipes formadas por enfermeiros, atendentes de enfermagem e ou outros profissionais e acertam os seus salários. Carvalho afirmou que os municípios recebem recursos do PSF, da Atenção Básica e da Assistência. Ele sugere que o número de equipes do PRF pode ser menor, mas com maior presença.