A partir de hoje estão suspensos os atendimentos em todos os hospitais públicos de Teresina e do interior. A paralisação deve durar até a meia noite de sexta-feira, já que os médicos decidiram cruzar os braços por 72 horas como forma de reivindicação e repúdio contra a postura dos gestores frente à paralisação realizada no último dia 2.
?Queremos ser ouvidos e exigimos respeito. Essa paralisação não estaria acontecendo se nas primeiras 24 horas de paralisação a Prefeitura de Teresina e o Governo do Estado tivessem pelo menos nos chamado para conversar. Os gestores estão agindo de forma irresponsável e negligente para com a saúde da população?, afirma o presidente do Sindicato dos Médicos, Leonardo Eulálio.
O SIMEPI tem reunião marcada para as 17 horas de hoje com o presidente da Fundação Municipal de Saúde, Firmino Filho. A vice-presidente do Sindicato, Lúcia Santos, diz que o encontro representa o pontapé inicial para se chegue a uma negociação satisfatória.
?Até agora não houve conversa. O senhor Firmino Filho deu entrevistas e mentiu sobre valores pagos aos médicos para tentar desqualificar o movimento. Isso não vai levar a nada. Precisamos discutir sobre a realidade, sobre vencimento real e não sobre gratificação?, afirma.
Lúcia Santos contesta a declaração do presidente da FMS que afirmou que o médico do PSF recebe 4 mil reais mensais. ?O vencimento base dos médicos da família é de R$ 1.294, 43. O que existe é uma gratificação de R$ 2.288,00, somada à insalubridade de R$ 258,89. Queremos um salário digno e não gratificações que são retiradas do médico no ato da aposentadoria?, explica.
O Governo do Estado ainda não sinalizou nenhuma abertura de negociação. Os profissionais exigem reajuste escalonado de 30% em cinco etapas a partir do próximo mês de janeiro. Hoje, o piso salarial pago pela Prefeitura de Teresina aos médicos é de R$ 1.294 e o piso pago pelo Governo do Estado é de R$ 1.010.