Continua suspenso o atendimento ao IPMT, deixando 51 mil usuários desassistidos, sem falar nas 6 mil pessoas que dependem do PLANTE. A paralisação que atinge os servidores da Prefeitura de Teresina teve início neste mês de julho, quando o Sindicato dos Médicos deflagrou a paralisação alegando que o convênio descumpriu acordo firmado com a categoria no final do ano passado. ?Antes de assinar o acordo, tivemos uma longa negociação. Mesmo assim o IPMT não honrou o compromisso?, afirmou o presidente do SIMEPI, Leonardo Eulálio.
O presidente da Comissão de Honorários Médicos, Emmanuel Fontes, revelou que o IPMT paga valores inferiores aos praticados pelo próprio SUS (Sistema Único de Saúde). ?Todos sabemos que o SUS é extremamente deficitário. Todos conhecemos seus problemas. Estar abaixo dele é negar dignidade ao usuário?, pontua.
De acordo com Emmanuel Fontes, o IPMT paga R$ 25,32 por uma desintometria óssea, enquanto o SUS paga R$ 54,00. Uma ultrassonografia abdominal superior, por exemplo, equivale a R$ 12,68 pelo IPMT, enquanto o SUS repassa ao médico R$ 20,00 pelo mesmo procedimento. ?Existem diferenças gritantes entre os repasses. Mesmo assim, ambos estão longe de chegar ao que recomenda a Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (tabela nacional de valores adotada pela Federação Nacional dos Médicos). A terceira edição da tabela, que nós seguimos no Piauí, determina pagamento de R$ 90,18 pela desintrometria e de R$ 84,35 pela ultrassonografia?, exemplifica.
Para o presidente do Sindicato dos Médicos, isso demonstra uma completa falta de respeito não só para com o médico, mas para com o servidor. ?A classe médica passou seis meses exigindo o cumprimento do acordo, justamente para evitar a paralisação. Infelizmente, nós nos preocupamos mais com o paciente do IPMT do que o próprio convênio. Não há como oferecer serviço de qualidade pagando essa miséria?, lamenta Leonardo Eulálio.
Em novembro de 2008, a direção do IPMT se comprometeu a aumentar o valor da consulta para R$ 30,00 e reajustar o valor dos procedimentos médicos com deflator de 16% e da unidade de custo operacional com deflator de 28% com base na terceira edição da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos.