Se para uma criança branca é natural identificar-se com a maioria das princesas, príncipes, heróis e heroínas das histórias, o processo é inverso para uma criança negra – como se, para ela, não houvesse histórias com as quais ela possa diretamente se identificar.
Diante dessa angústia que Marley Dias, de 11 anos, moradora dos EUA, teve uma ideia para tentar ao menos um pouco reverter esse ciclo: reunir uma pequena biblioteca com mil livros em que a protagonista seja negra.
“Eu estava frustrada desde a quinta série porque nunca lia livros com personagens com que eu pudesse me conectar”, contou Marley. Por isso ela começou a campanha #1000BlackGirlBooks (1000 livros de garotas negras), em novembro de 2015.
“Eu sou importante porque trabalho com outras garotas para garantir que suas histórias e vozes sejam ouvidas através da minha campanha 1000 livros de garotas negras. Porque sou negra e sou uma garota. Histórias negras são sobre vidas negras e vidas negras importam”, completa.
A campanha deu tão certo que já ultrapassou em muito sua meta original, contando hoje com 4000 livros catalogados. O sonho de Marley é crescer para se transformar em uma editora de revistas, e escrever pelo menos um livro para que garotas como ela possam se conectar. Elas continuam a receber livros, que são doados para escolas nos Estados Unidos e na Jamaica, onde Marley nasceu.