A equipe de médicos do Hospital de Urgências de Goiânia constatou, na noite deste domingo, a morte cerebral de Kerolly Alves Lopes, 11 anos, baleada durante uma briga entre o pai dela e o dono de uma pizzaria em Aparecida de Goiânia. Segundo o hospital, a garota vinha passando por exames desde quinta-feira, até que, às 20h de ontem, fosse constatada a falta de atividade cerebral.
Segundo a direção do hospital, a família da menina já foi avisada e orientada sobre a importância da doação de órgãos. Uma equipe da Central de Transplantes do Estado de Goiás já foi informada sobre o caso, mas as equipes médicas aguardam uma decisão dos familiares da jovem, que podem optar pela doação ou não. Apesar de ter a morte encefálica comprovada, até o final da manhã desta segunda-feira, Kerolly permanecia respirando com a ajuda de aparelhos.
Briga, tiros e arrependimento
No dia 27 de abril, o pai da menina foi até a pizzaria de George Araújo de Souza acompanhado das filhas: Kerolly e uma irmã de 14 anos. Após uma discussão, Souza apontou um revólver para o pai das meninas, ameaçando atirar. Quando os três já estavam na calçada, o dono da pizzaria disparou, acertado a cabeça e uma das pernas de Kerolly.
O autor dos disparos se apresentou à polícia após o período de flagrante e foi liberado. A delegada Marcella Cordeiro Orçai, titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente de Aparecida de Goiânia, se manifestou sobre a liberação de George. "É frustrante, a população critica, mas nós, delegados, temos que observar também as leis. Ao receber o caso, nós analisamos todos os documentos, as filmagens, e entendemos ser imprescindível para a conclusão do inquérito policial que haja a prisão temporária do suspeito", disse.
No dia 30 de abril, a Justiça decretou a prisão do dono da pizzaria. Desde então ele está foragido. O advogado que o acompanhou no depoimento desistiu da defesa. O pai prestou depoimento e disse que estava arrependido.