Uma menina de 3 anos que teve cerca de 80% do corpo queimado após um acidente durante um churrasco teve a própria pele clonada e implantada na África do Sul. Vítimas dificilmente sobrevivem com esse tipo de ferimento. As informações são da agência AP.
Isabella Kruger foi atingida pela explosão de um líquido inflamável. Segundo os médicos, durante os seis meses entre o acidente e a operação, ela sofreu com pneumonia, insuficiência renal e diversas paradas cardíacas. Quando o quadro ficou estável, os responsáveis decidiram realizar o implante.
O cirurgião plástico Ridwan Mia e sua equipe conseguiram tirar amostras de pele ainda intacta da paciente (graças a uma fralda que ela usava no acidente) e enviaram a um laboratório em Boston, nos Estados Unidos. Os americanos usaram células de rato como "estrutura" da pele a ser clonada.
Na segunda-feira, os médicos da África do Sul receberam uma encomenda: uma caixa de aço inoxidável com mais de 30 enxertos de pele - delicados, finos, quase transparentes. O pacote foi encaminhado de ambulância do aeroporto para o hospital de Johannesburgo - a operação deveria ocorrer no máximo 24 horas após a pele clonada deixar o laboratório.
Segundo Mia, tudo ocorreu bem. "É fantástico", diz o médico, ao comentar o resultado da cirurgia. Nos próximos dias a paciente irá usar uma proteção especial. O que preocupa os médicos agora são possíveis infecções e que a pele não fique presa o suficiente, já que o material usado é muito delicado. Ela permanece sedada para evitar que possíveis lágrimas atrapalhem a recuperação.
Mia saberá se o implante de Isabella foi um sucesso ou não nas próximas duas semanas, mas ele se diz otimista. "Ela é uma lutadora", afirma o cirugião.