O adolescente de 12 anos apreendido na noite de segunda-feira (29) suspeito de estuprar uma mulher na Zona Norte de Manaus teria confessado o crime em depoimento, segundo a Polícia Civil do Amazonas. O jovem foi ouvido pela delegada Julia Seixas, titular da Delegacia Especializada em Apuração de Atos Infracionais (Deaai). Em entrevista ao G1, a defesa do menino afirmou que "não há como negar o crime".
O advogado Almir Albuquerque, representante do adolescente, disse ainda que deve entrar com pedido para que o jovem responda pelo crime em liberdade. Para a defesa, a prioridade é "garantir o acompanhamento psicológico para salvar o menino". "Na verdade, com tudo o que aconteceu, não tem como negar que o crime ocorreu. Agora estamos em plantão judicial. O procedimento já foi encaminhado para a justiça. Queremos que ele consiga responder em liberdade. Acreditamos que o contrário seria pior para ele. O que ele precisa, nesse momento, é de acompanhamento e, infelizmente, as condições do centro de reabilitação para onde ele pode ser encaminhado não são boas. Lá, talvez, a situação dele pode se agravar", apontou.
Almir contou que não chegou a falar com o suspeito. No entanto, ele disse que a mãe do jovem está "abalada e sem entender o que o levou a cometer o ato". "A mãe disse que se separou do pai dele e que ele [o adolescente] não absorveu muito bem a separação e passou a ter um comportamento diferente dos outros irmãos mais velhos. Ela negou que ele tenha qualquer envolvimento com drogas e disse que ele não era agressivo", comentou o advogado, acrescentando que o jovem chegou a fazer acompanhamento psicológico após a separação.
Entenda o caso
O adolescente foi apreendido, no fim da tarde de segunda-feira (29), suspeito de estuprar uma funcionária de uma loja de TV a cabo no bairro Amazonino Mendes, Zona Norte de Manaus. De acordo com a Polícia Militar (PM), o jovem estaria armado com uma faca. Ele teria coagido a vendedora e a proprietária da loja, grávida de nove meses.
A PM relatou ao G1 que o adolescente teria entrado na loja armado e obrigado a funcionária da loja a ter relações sexuais com ele. A dona da loja também foi ameaçada e, segundo a PM, teve que se despir para o adolescente.
De acordo com o testemunho das vítimas à polícia, no momento em que o rapaz se preparava para abusar sexualmente da grávida, o menor teria sido interceptado por mototaxistas que atuam na região. Eles conseguiram desarmar o adolescente, que foi imobilizado e conduzido ao quartel da 27ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom).
Segundo a polícia, o adolescente afirmava ter 10 anos, mas seus pais confirmaram que ele tem na verdade 12. Ainda segundo a PM, os responsáveis pelo jovem afirmam que ele estava desaparecido desde a sexta-feira (26), e que há algum tempo ele apresenta um comportamento classificado por eles como "problemático".