A sogra do vendedor de carros de 41 anos, morto após levar uma facada enquanto ameaçava a mulher com uma espingarda, no distrito de Posselândia, em Guapó, na Região Metropolitana de Goiânia, diz que ele sempre foi agressivo. Conforme a aposentada, ele batia na esposa sempre que bebia: "Tem 22 anos de casamento, foram 22 anos de pancada", disse. O filho da vítima, de 13 anos, é suspeito de esfaquear o pai para defender a mãe. Ele fugiu e ainda não foi localizado.
O vendedor foi morto na noite da última segunda-feira (10), na casa em que a família morava. Segundo a Polícia Civil, o homem era alcoólatra e começou a agredir a esposa, de 42 anos. Em determinado momento, ele pegou uma espingarda e ameaçou atirar na mulher.
Neste instante, um filho do casal, de 18 anos, conseguiu pegar a arma. Em seguida, o adolescente pegou uma faca e desferiu um golpe nas costas do pai. O homem chegou a ser socorrido e levado ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos.
Apesar de citar muitos episódios de agressão envolvendo o vendedor e a esposa, a aposentada conta que não imaginava que o homem pudesse matar a filha ou que chegaria ao ponto de ser morto. Ela conta que ele pedia perdão à esposa, mas voltava a agredi-la sempre que bebia.
“Foi muito difícil tudo isso. Nunca imaginei que isso aconteceria. Ele é violento mesmo, mas não queria que isso acontecesse com ele. Ele pedia desculpas a ela depois que passava a briga, mas bebia e fazia de novo”, relatou.
Ainda segundo a aposentada, a filha passou por uma cirurgia para retirada da vesícula recentemente e sofreu golpes na barriga durante a agressão. Segundo a idosa, a mulher foi medicada em uma unidade de saúde e está se recuperando aos poucos dos ferimentos.
Adolescente
Preocupada, a avó relata que não tem notícias do neto, de 13 anos, que fugiu após a briga em casa. Segundo ela, a família tem parentes na região, mas já entrou em contato com todos e ninguém sabe onde ele pode estar.
“Não faço a menor ideia de como ele está. A mãe dele também está muito preocupada. A gente liga e procura e não apareceu na casa de nenhum parente. Mas ele é esperto, sabe se virar, tenho certeza que está em algum lugar por aí e logo ele aparece, se Deus quiser”, disse.
O delegado responsável pelo caso, Arthur Fleury, informou que, na noite da briga, o homem havia chegado alcoolizado e começou a bater na mulher com socos e chutes, sem motivo aparente, na frente dos filhos, que tentaram impedir.
“Ele estava arrastando a esposa pelos cabelos, no chão, pegou essa espingarda falando que ia matá-la. Quando conseguiram tirar a espingarda da mão dele, o filho efetuou um golpe de faca nele. Ele foi internado, mas não resistiu aos ferimentos”, explicou.
Ainda conforme o delegado, o garoto é procurado, mas não deve ser indiciado, pois o caso é tratado como legitima defesa. “O importante agora é achá-lo, até para sua segurança e saúde mental. Ele precisa de acompanhamento psicológico nesse momento”, afirmou.