Menino se esconde por 8h após ver a mãe sofrer um estupro

O pai e mãe foram assassinados

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Uma criança indígena de nove anos testemunhou o estupro da mãe e o assassinato dela e do pai em uma aldeia indígena Bororó, em Dourados, a 214 km de Campo Grande (MS), na noite da última sexta-feira (7). De acordo com as informações da Polícia Civil, o menino subiu em uma árvore após ver os crimes e passou a noite nos galhos por mais de oito horas para fugir dos dois suspeitos dos crimes. Os corpos de Osvaldo Ferreira, 38, e Rosilene Rosa de Pedro, 33, foram encontrados após o garoto relatar o que houve no dia seguinte a uma professora.

12.jun.2019 - Suspeitos de matarem homem e estuprarem mulher em Dourados (MS) 

Os dois suspeitos foram presos pela Polícia Civil no dia seguinte ao crime. Segundo o delegado Rodolfo Daltro, que investiga o caso, a detenção da dupla contou com o apoio de lideranças indígenas locais. Ambos, que também são da etnia Bororó, não têm defesa constituída e deverão ser assistidos pela Defensoria Pública do Estado. Enquanto via televisão, o menino testemunhou o pai sendo assassinado, de acordo com a investigação. Em seguida, os suspeitos estupraram a mãe. Quando a criança percebeu que ela seria assassinada, fugiu e se escondeu. O garoto passou a noite toda - cerca de oito horas - na árvore.

Objetos que foram usados em duplo homicídio em MS

O menino ficou em estado de choque durante e após os crimes, disse o delegado. Ele só sobreviveu por ter fugido. Ele não conseguiu falar sobre isso na hora em que localizamos os corpos, estava em choque. Depois, conversamos com lideranças indígenas. Eles conversaram com a criança e ela deu um dos apelidos [dos suspeitos]. Por esse apelido nós chegamos aos autores Rodolfo Daltro, delegado responsável pela investigação.

Em seguida, o menino narrou os acontecimentos a pessoas próximas. "A criança ouviu tudo em estado de choque. O pai foi morto na frente dela, a mãe foi estuprada na frente dela. Quando a mãe começou a gritar, ele fugiu", relatou Daltro.

Em depoimento, um dos suspeitos disse aos policiais que "a gente iria ver o que fazer com ele [a criança de nove anos] depois". "A brutalidade e a questão deles pouco se importarem com a criança foi impressionante. Eles foram extremamente violentos e frios ao relatarem os detalhes do crime", explicou o delegado.

Ainda de acordo com ele, a criança não foi encaminhada ao Conselho Tutelar de Dourados e foi acolhida pelos tios. Os dois suspeitos responderão por estupro e duplo homicídio qualificado, sendo que um deles também é suspeito de ter cometido outro homicídio na região dias antes do ataque contra a família em Dourados.

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