As chuvas ainda não castigaram substancialmente a capital, mas um total de 43 famílias já foram deslocadas de suas residências por causa das águas. Pode parecer um número pequeno, mas o drama de deixar a própria casa é muito grande. Só no ginásio Edmilson Jorge, no Dirceu, são 37 famílias. O que mais chama a atenção é que a maioria dessas pessoas entrou nessa situação por conta de uma única chuva, ocorrida em 30 de dezembro. Diante dessa realidade, a Prefeitura criou um Conselho Municipal de Defesa Civil, que fez sua primeira reunião na manhã de ontem, no salão nobre do palácio da cidade.
Presidido pelo coordenador da Assistência Militar do município, Major John Feitosa, e Composto por representantes das superintendências de desenvolvimento urbano (SDUs) e de vários segmentos da sociedade civil, o conselho reuniu-se com objetivo de debater ações preventivas a serem adotadas para combater possíveis cheias. A vereadora e secretária da Semtcas, Graça Amorim, fez um relato dessas iniciativas. Ela citou a futura instalação de bombas de escoamento na zona norte, na região do bairro Mocambinho.
?Também temos o programa família acolhedora, que concede um benefício de R$ 150 a quem recebe pessoas atingidas pelas enchentes?, disse Graça. Na reunião, que não contou com a presença do prefeito Sílvio Mendes, foi estabelecida como meta a descentralização do atendimento às famílias. O plano é fazer o cadastramento, via internet, diretamente nos Núcleos de Atendimentos Integracionais (NAI) mais próximos às áreas de risco.
A prefeitura também fez a doação de cestas básicas, kits de limpeza, colchões, roupas e lençóis para os desabrigados. De acordo com o Major John Feitosa, o planejamento está sendo feito com base em um cenário de inverno rigoroso, a exemplo do que foi observado no ano passado com as cheias dos rios Parnaíba e Poti. A aceleração da entrega de casas aos que sofrem com as enchentes também foi debatida na reunião.
O residencial Flor do Campo, por exemplo, vai dispor de 353 casas, cedidas pela PMT às famílias da zona sudeste, a mais prejudicada pela chuva. No entanto, a construção das moradias ainda não foi iniciada. De acordo com a superintendente executiva da SDU Sudeste, Cristiane Lima, a prioridade é construir 80 dessas casas imediatamente, para beneficiar pelo menos parte do público pretendido, evitando que retornem às zonas de risco.