Mesmo com maior escolaridade, mulheres continuam ganhando menos no Piauí

Segundo o estudo, a mulher ainda sofre muitas restrições na ocupação de espaços e melhores rendimentos financeiros advindos de sua força de trabalho.

Mulheres no mercado de trabalho | Raíssa Morais
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Uma pesquisa divulgada nesta terça-feira (7) mostrou que questões como igualdade de gênero e empoderamento feminino ainda tem muito o que avançar. O estudo: “A mulher no cenário socioeconômico do Piauí”, publicado pela Superintendência Cepro, que faz parte da Secretaria de Estado do Planejamento (Seplan), atualiza as considerações sobre o tema apontando a participação da mulher na política, no mercado de trabalho, além dos indicadores relacionados à educação, saúde e à violência.

Quando se trata de ocupação no mercado de trabalho, os dados demonstram que, exceto no que diz respeito à educação, a mulher ainda sofre muitas restrições na ocupação de espaços e melhores rendimentos financeiros advindos de sua força de trabalho.

Apesar da escolaridade, mulheres ainda recebem menos que homens, mostra estudo | FOTO: Raíssa Morais

Mesmo com maior escolaridade, a participação delas no mercado de trabalho não gerou rendimentos mais elevados. Ao comparar a variação nominal de 2020 e 2019, foi identificado que o salário médio das mulheres caiu cerca de 5%.

"No período em observância, em 2018, as mulheres recebiam em média 91% do salário dos homens. Em 2019, caiu para 90% e, em 2020, para 88%, demonstrando, assim, as desvantagens graduais relacionadas aos rendimentos médios salariais entre mulheres e homens."

Segundo o estudo, as mulheres no Piauí apresentam maior escolaridade completa do que os homens, em todos os níveis de ensino, correspondendo a 73,76% do total de pessoas com maior nível de formação do Estado, tendo completado pós-graduação, mestrado ou doutorado.  

"Cabe ressaltar os avanços alcançados a partir das constantes qualificações para a inserção e permanência nos mais variados espaços sócio-ocupacionais. Contudo, ainda é necessário permanecer no movimento de lutas paranovas conquistas.", aponta as pesquisadoras. 

Mulheres na política

O estudo também fez um recorte para analisar a inserção da mulher na política com base nas últimas eleições governamentais e municipais e observou que ainda é baixa a participação feminina "cabendo maior disposição para engajamento nos espaços do Executivo e Legislativo".

Ao analisar os dados das candidatas nas eleições para o Governo do Estado em 2018, observou-se que de 42 candidatos eleitos, apenas 8 foram mulheres, o que equivale a 19% do total, um crescimento de 5%, na comparação com às eleitas de 2014(14%).

"Mesmo com a ampliação do percentual de candidatas eleitas, o Piauí caminha a passos lentos para alcançar a cota mínima (30%) de representação feminina na política. Sendo necessário o interesse pessoal em concorrer e não, simplesmente, cumprir a indicação da sigla partidária", avaliou o estudo.

Já ao analisar as eleições municipais de 2020, o estudo aponta que apenas 20,10% das mulheres que concorreram ao cargo de prefeito, foram eleitas, demonstrando, assim, a baixa participação da mulher na política também nos municípios.

Quando comparados os resultados das eleições de 2016 e 2020, obtém-se uma variação positiva de 33% em relação aos prefeitos. Já o legislativo municipal demonstrou uma variação menor que a apresentada pelo executivo municipal, alcançando, somente, 18%.

"Deste modo, tem-se uma razão aproximada de 4 vereadores para cada uma mulher que ocupa cargo. No caso de prefeito, o impacto é ainda maior, temos 7 homens para 1 mulher.", apontou o estudo.

Confira o estudo completo 

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