Militar da Aeronáutica mata mulher e vizinho homossexual por ciúmes

Os dois foram assassinados a tiros, no prédio onde o militar é síndico

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A Justiça do Distrito Federal decidiu manter preso, por tempo indeterminado, o militar da reserva da Aeronáutica, Juenil Bonfim de Queiroz, de 56 anos. Ele foi detido, em flagrante, na noite desta quarta-feira (12), depois de matar a mulher e um -vizinho, na região do Cruzeiro. Com informações do G1.

Os dois foram assassinados a tiros, no prédio onde o militar é síndico. A determinação de transformar a prisão em preventiva foi dada pela juíza Maria Cecília Batista Campos, durante audiência de custódia realizada na tarde desta quinta-feira (13).

Juenil disse que atirou na esposa e no ex-vizinho, por ciúmes. O militar suspeitava que os dois tivessem um caso, no entanto, o homem mantinha um relacionamento homoafetivo há mais de cinco anos e o companheiro dele presenciou a morte das vítimas.

Francisca Naíde de Oliveira Queiroz, de 57 anos, foi atingida por pelo menos quatro disparos, segundo a polícia, e morreu na hora. Francisco de Assis Pereira da Silva, de 41 anos, foi atingido com um tiro na cabeça. Ele chegou a ser levado para o Hospital de Base, em Brasília, mas não resistiu.

Francisco estava no prédio com o companheiro, visitando amigas. Os dois moraram no local durante dois anos e se mudaram há 10 meses. Francisca conhecia o casal.

Segundo depoimento à polícia, Juenil chamou Francisco "para conversar sobre a situação", ou seja, sobre o suposto relacionamento dele com sua esposa, Francisca. No apartamento da família, o sargento da reserva atirou na mulher – com quem era casado há 32 anos – e no ex-vizinho.

"Ao indagar os dois sobre a traição, eles negaram. Juenil disse que, nesse momento, se descontrolou, pegou o revólver e atirou. Primeiro contra Francisco e depois contra a mulher", diz o boletim de ocorrência.

Elevada periculosidade e frieza

Na ata da audiência de custódia, a juíza Maria Cecília Batista Campos destaca que o crime “revela a elevada periculosidade do autuado”.

Segundo a magistrada, após realizar os disparos, Juenil teria tentado se justificar para o companheiro de Francisco, que também estava no apartamento.

"Tá vendo o que acontece com homem que mexe com mulher casada", teria dito Juenil.

Depois disso, conforme a ocorrência, o militar saiu do apartamento e foi para a área comum do prédio, onde permaneceu até a chegada da polícia. A atitude, segundo a juíza, "demonstra notória frieza".

Prisão em flagrante

Juenil Bonfim de Queiroz foi preso em flagrante, minutos após o crime. De acordo com a ocorrência, ele aguardou a chegada da Polícia Militar do DF que foi chamada por vizinhos e pelo companheiro de Francisco.

Na delegacia, o militar da reserva confessou o crime e disse que atirou contra a própria mulher e o vizinho porque "os dois teriam um caso".

Ele disse ainda que a arma usada é registrada. O caso é investigado como homicídio, feminicídio e crime relacionado à Lei Maria da Penha.

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