Ministro da Justiça anuncia medidas contra atentados em Santa Catarina

Cardozo falou de cinco ações imediatas; há outras ainda não divulgadas

Carretas e ônibus são incendiadas em Maracajá | Divulgação
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O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, anunciou cinco medidas, na manhã deste sábado (16), para conter os ataques de violência que atingem Santa Catarina. As ações envolvem transferência de presos para presídios federais, prisões, vinda de homens da Força Nacional ao estado, a criação da Operação Divisa e a formação de uma Frente Nacional de Defensores Públicos. Segundo José Eduardo Cardozo, há ainda, outras operações que serão realizadas sem serem divulgadas, em função de segurança.

O anúncio foi feito em entrevista coletiva com o ministro e autoridades catarinenses. As ações, de acordo com Cardozo, serão realizada em conjunto entre entidades das esferas federal e estadual. "Em certos momentos de crise, é preciso aprofundar essa troca", disse. A intenção é combater os atentados que ocorrem em Santa Catarina desde 30 de janeiro. Até as 11h deste sábado (16), a Polícia Militar havia registrado 106 ataques a pelo menos cidades no estado.

Transferência de presos

A transferência de presos iniciou na manhã deste sábado (16), quando 40 homens foram retirados de prisões catarinenses e levados a presídios de segurança máxima do país. Destes, 37 encaminhados para Mossoró (RN) e três até Porto Velho (RO).

"O Governo Federal disponibiliza quantas vagas forem necessárias para a transferência de novos presos. É uma remoção de grande porte e o Ministério da Defesa prontamente atendeu as nossas solicitações", afirmou o ministro.

Segundo o Coronel da Polícia Militar de Santa Catarina, Nazareno Marcinero, na noite de sexta, a Força Nacional atuou na remoção de presos em seis cidades catarinenses: São José, Florianópolis, Criciúma, Blumenau, Joinville e Itajaí.

Prisões

A Polícia Civil cumpriu, até as 11h deste sábado (16), 65 mandados de prisão, entre 97 expedidos. Segundo o ministro, maioria dos detidos era mandante das ocorrências verificadas no estado.

Força Nacional

O ministro José Eduardo Cardozo falou da chegada da Força Nacional a Santa Catarina nesta sexta-feira (15). A organização ficará sob o comando do Coronel da Polícia Militar do estado, Nazareno Marcinero. Não será divulgado o número de homens da Força que desembarcaram em Florianópolis na sexta.

Operação Divisa

Entre as medidas, foi anunciada a Operação Divisa, que consiste na fiscalização das fronteiras do território catarinense. Será realizado um pente final em três modais - o terrestre, o aéreo e o marítmo. Por terra, serão montadas barreiras fixas. Haverá, ainda, operações táticas, como veículos sendo parados por policiais.

Cardozo reforçou que serão usados equipamentos de alta teconologia. Na coletiva, ele entregou a chave de um scanner veicular à Polícia Rodoviária Federal. Segundo o ministro, um artefato como este permite dectetar facilmente o transporte de armas e drogas em estradas. "A ideia é ter uma fiscalização muito rigorosa", afirmou.

Além do scanner, o laboratório especializado na detecção de ações das organizações criminosas de Santa Catarina receberá aditivos complementares para poder agir com maior eficiência e velocidade.

Frente Nacional de Defensores Públicos

Outra medida anunciada foi a análise da situação de presídios catarinenses. Segundo Cardozo, a meta é, no prazo de 30 dias, que se tenha montada a chamada Frente Nacional de Defensores Públicos. "Esta frente analisará a situação de cada preso, verificando a execução penal. Nós vamos checar se o preso pode progredir na pena ou não, para que tenhamos o estado de direito afirmado no sistema carcerário de Santa Catarina", disse.

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