O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou na manhã desta segunda-feira que cerca de 80 vítimas do incêndio que atingiu a boate Kiss, em Santa Maria (RS), ontem, ainda estão em estado grave. Ao todo, 82 pessoas permanecem internadas em hospitais da cidade e outras 39 foram transferidas para Porto Alegre.
Padilha disse que 20% dos feridos tiveram queimaduras consideradas graves, que correspondem a mais de 30% do corpo. A maioria sofreu intoxicação respiratória. Para auxiliar o socorro, o ministro apontou ainda que cinco médicos do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, vão para ser encaminhados para o local.
Ao todo, 231 pessoas morreram no incêndio em uma das principais casas noturnas da cidade, famosa por receber estudantes universitários. Segundo a Defesa Civil, o fogo começou na espuma de isolamento acústico quando um dos integrantes da banda que se apresentava acendeu um sinalizador, que atingiu o teto.
O guitarrista da banda Gurizada Fandangueira, Rodrigo Lemos Martins, também disse à Folha que o fogo começou depois que o sinaleiro (chamado por ele de "sputinik") ter sido aceso. Um segurança da casa e o vocalista da banda tentaram apagar o incêndio, afirma o guitarrista, porém o extintor não funcionou.
Um velório coletivo das vítimas acontece desde a noite de ontem no CDM (Centro Desportivo Municipal) e grande parte dos enterros está previsto para acontecer nesta segunda-feira. No início da manhã de hoje foi feito um ato ecumênico no ginásio, celebrado pelo arcebispo da cidade, dom Hélio Adelar Rupert.