O presidente Jair Bolsonaro exonerou o ministrodo Turismo , Marcelo Álvaro Antônio. O decreto com a medida foi publicado no Diário Oficial da União desta quarta-feira, mas com data de assinatura da véspera. A Casa Civil informou que o ministro foi exonerado apenas para tomar posse na Câmara dos Deputados. Até o fim da semana, Marcelo Álvaro Antônio voltará ao cargo no governo. Segundo a Casa Civil, o ato de exoneração temporário não foi editado antes porque o ministro tinha se submetido a um procedimento cirúrgico e estava hospitalizado.
A exoneração acontece dois dias depois de a "Folha de SP" denunciar o envolvimento de Marcelo Antônio com esquema de corrupção de candidaturas laranjas em Minas Gerais. De acordo com o jornal, ele usou candidatos laranjas durante a campanha eleitoral do ano passado com o objetivo de amealhar uma fatia maior dos recursos públicos destinados ao financiamento eleitoral.
Na ocasião, ele usou sua conta no Twitter para dizer que foi "alvo de uma matéria que deturpa os fatos e traz denúncias vazias".
"Reforço que a distribuição do Fundo Partidário do PSL cumpriu rigorosamente o que determina a lei. Todas as contratações da minha campanha foram aprovadas pela Justiça Eleitoral", escreveu também na rede social.
Antônio foi reeleito deputado federal pelo PSL de Minas Gerais no ano passado. Ele obteve a maior votação do Estado — 230.008 votos — e, agora, toma posse na Câmara.
Na segunda-feira, após s divulgação da denúncia contra o ministro do Turismo, o ministro da Justiça, Sergio Moro, afirmou que o caso seria apurado se os indícios fossem consistentes. Num tom acima do usado em relação ao caso do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), Moro disse que não cabe a ele, como ministro da Justiça, fazer papel de advogado de integrantes do governo.
— O tempo de ministro da Justiça que atuava com advogados de membros do governo federal é coisa do passado — afirmou Moro.