Missaé celebrada em homenagem a Luíz Gonzaga é celebrada

Celebração religiosa teve a participação de sanfoneiros. Cerimônia foi conduzida pelo bispo Dom Magnus Henrique Lopes

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Ainda estava escuro em Exu, no Sertão pernambucano, quando começou a Missa da Vida em memória aos cem anos de Luiz Gonzaga, neste domingo (16). Eram 5h, quando centenas de fiéis já se aglomeravam debaixo do famoso pé de Juazeiro do Parque Aza Branca, onde o velho Lua gostava de cantar.

A celebração foi toda rezada com sanfona, zabumba e triângulo, com músicos rendendo homenagens ao Rei do Baião.

A cerimônia religiosa foi celebrada por Dom Magnus Henrique Lopes, bispo da diocese de Salgueiro, e pelo padre Domingos Pedro da Silva, administrador paroquial de Exu. Outros padres da região, como o padre Fábio Mota, de Sobral (CE), e o padre Malan, de Araripina, também participaram. "Foi uma justa homenagem a este homem que cantou e encantou o Brasil levando a cultura nordestina, com a sua sanfona, a voz que falava mais alto nesta celebração", falou Dom Magnus Henrique Lopes.

O sanfoneiro Danilo Pernambucano cantou o sermão junto ao bispo e apresentou a música "Homenagem a Luiz Gonzaga", composta por ele mesmo. Santana apresentou "Pai Nosso", que faz parte da Missa do Vaqueiro, celebração inventada por Luiz Gonzaga e o padre João Câncio, no anos de 1970, para lembrar a morte do vaqueiro Raimundo Jacó. "Foi muito bonita [a missa], e é sempre uma honra para mim, poder participar, principalmente, quando se refere a coisas da fé, voltada para o nosso Deus maior, e também fizemos homenagem ao maior nordestino de todos os tempos", comentou.

O cearense Waldonys, que cantou a "Ave Maria sertaneja", trouxe a sanfona que Luiz Gonzaga lhe deu de presente, ainda na adolescência, para simbolizar a presença do mestre no local, bem ao lado do altar. "Eu fiquei muito feliz, encantado com a missa em homenagem ao centenário de seu Luiz, e como afilhado, discípulo e seguidor não poderia faltar. Foi um momento marcante", disse.

Josildo Sá também participou da missa, caracterizado de vaqueiro, com chapéu de couro e gibão. "Foi muito emocionante, o povo todo veio para cá, muita gente nem dormiu. Estou feliz, com sono, mas valeu muito a pena", brincou. O cantor interpretou "Baião da Penha". Joquinha Gonzaga, nascido em Exu, sobrinho de Gonzagão, também esteve presente na cerimômia.

O público orou e cantou durante toda missa. A cozinheira Fabiana Avelino acompanhou tudo carregando no colo José Wilson, de 2 anos. "Eu vim, primeiro, porque sou católica e gosto de Gonzaga, que é muito querido aqui na nossa terra. E foi lindo porque o som da sanfona deu mais vida. Depois, porque meu filho é fã de Waldonys, trouxe ele aqui para conhecê-lo", disse.

As irmãs Socorro e Maria do Céu Severo ficaram encantadas com a celebração. "Foi tudo muito diferente, fora da igreja, mas muito bonito, aqui no pé de Juazeiro, as sanfonas. Foi bom para lembrar o aniversário de Luiz Gonzaga. Eu me lembro dele tocando nas festas de fim de ano de Tabocas, quando eu era menina. Ele era muito animado", falou.

Ao final da missa, muita gente foi ao mausoléu onde Lua está enterrado, assim como os pais Januário e Santana, também dentro do Parque Aza Branca. Bacamarteiros ainda fizeram uma exibição para os visitantes, como em toda festa sertaneja.

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